Situação da plataforma de Mexilhão se agrava e unidade opera no limite

Novos casos

A situação da plataforma de Mexilhão está se agravando a cada dia desde que foi identificado surto de Coivd-19 na força de trabalho. No dia 30 de março dois trabalhadores apresentaram sintomas a bordo, desembarcaram e testaram positivo no exame feito no hotel. Nesta quinta-feira (1º) mais quatro petroleiros estão isolados na plataforma, dois apresentaram sintomas e dois são contactantes. Eles aguardam voo para desembarque.

A unidade está operando apenas com cinco petroleiros, para conduzir dois turnos, quando no mínimo seria oito. O que tem sido feito para “tentar” sanar esse problema é uma operação “tapa buraco”, mas que tem sido em vão. Para não parar a produção, a gerência da unidade tem embarcado trabalhadores para repor efetivo e acaba os expondo à doença já que o local virou foco de contágio. Uma verdadeira roleta russa.

Além disso, os profissionais de saúde têm sofrido com o descaso da empresa. A plataforma de Mexilhão, assim como as demais unidades offshore do Sistema Petrobrás, vem atuando com um enfermeiro para atender toda a demanda dos embarcados. Isso significa jornada de trabalho extensa, sem auxílio ou rendição. Com o aumento dos casos de Covid-19 nas plataformas, os representantes do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista exigiram, em mesa de negociação, a inclusão de mais um profissional enquanto houver a pandemia.

A situação desses profissionais é semelhante à de tantos outros que atuam na linha de frente no combate ao coronavírus. Eles colocam a vida em risco diariamente e se destacam por seu papel fundamental no enfrentamento do vírus Sars-CoV-2, mas, nesse caso, são pouco reconhecidos já que se desdobram para atender todas as demandas impostas pela pandemia e não recebem uma contrapartida da empresa.

Outro ponto que merece destaque é a situação de confinamento da força de trabalho por conta do lockdown. Os trabalhadores têm ficado mais dias além da escala de trabalho normal (14x21) e isso tem afetado a saúde mental e física de todos. A imposição foi feita sem o menor planejamento porque, até o momento, não existem medidas que garantam a saúde e a segurança da força de trabalho.

O Sindipetro-LP tem acompanhado de perto a situação dos embarcados de Mexilhão e tem buscado reverter o quadro.