Petroleiro terceirizado que atuava na RPBC morre vítima de Covid-19

Triste realidade

Mais um trabalhador entra para as estatísticas de morte na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão. O vigilante da empresa Evik, Ricardo Moratto, faleceu na última sexta-feira (16) em decorrência da Covid-19. O trabalhador estava há 28 dias internado em estado grave.

Moratto é mais uma vítima da política negacionista do Sistema Petrobrás. Desde que a gestão da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, deu o pontapé inicial na parada de manutenção nos equipamentos das unidades UFCC/HDS/UGAV/Caldeira de CO que o Sindipetro-LP vem alertando sobre a aglomeração no local em meio a uma pandemia. A refinaria hoje conta com 3 mil trabalhadores a mais no efetivo e as medidas tomadas não são suficientes para assegurar a saúde e segurança de todos. Para se ter ideia da gravidade da situação, um mês após o início dos trabalhos, metade dos trabalhadores da UFCC foram contaminados.

A parada de manutenção é importante para manter os equipamentos em dia, no entanto, manter a força de trabalho em risco de contágio, apenas com uso de máscaras e álcool em gel e testes rápidos a cada 14 dias, conforme anuncia a empresa, não é o suficiente. Além disso, o RH da empresa não deixa claro de que forma está controlando os exames quinzenais de Covid-19 dos contratados. Atrelado a isso, as terceirizadas poucos fazem pela força de trabalho e muitas delas se negam a fornecer até mesmo máscara de proteção que é item obrigatório.

Prova disso, é que a família do vigilante não teve nenhum apoio da Evik desde que ele foi afastado após ser contaminado pelo coronavírus. Um representante da “gata” entrou em contato com a família quando o trabalhador foi internado, e mesmo ele tendo passado por dois hospitais até conseguir uma vaga na UTI, nada foi feito. Após o óbito  a empresa se manifestou novamente. Após o óbito, a empresa se manifestou novamente. O mínimo que os chefetes da terceirizada poderiam ter feito é ter dado todo suporte ao vigilante já que a contaminação pode ter acontecido durante as atividades laborais.

Desde a primeira morte na RPBC, essa já e a quarta, que o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, vem brigando por uma política realmente eficaz de combate e prevenção da Covid-19 nas unidades da Petrobrás e Transpetro, mas tem sido uma tarefa de “formiguinha”.

A alta cúpula da empresa tem fechado os olhos para os números alarmantes de contagio e disseminação da doença.  Haja vista, a situação dos embarcados que desde que a pandemia foi decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que eles vêm sofrendo com surtos contínuos de coronavírus nas unidades offshore e nada tem sido feito.

A pergunta que fica é: quantas vidas mais precisarão ser ceifadas em troca de lucro?

A Diretoria do Sindpetro-LP presta condolências à família do petroleiro terceirizado e lamenta profundamente a perda.

Ricardo Moratto, presente!