Má gestão e irresponsabilidade da UN-BS causa novo surto de Covid-19 na P-66

Caos

A situação dramática dos trabalhadores das plataformas virou um loop infinito. Os casos recorrentes de contaminação por coronavírus, escala perversa de trabalho, assédio moral, e economia em nome do lucro tem certado em cheio os embarcados.

Dessa vez, os petroleiros da P-66 estão tendo que lidar com um novo surto de Covid-19 graças a má gestão e irresponsabilidade dos gestores da UN-BS. A unidade está com um Flotel acoplado, o que aumenta o número de trabalhadores circulando, e desde então os casos de contaminação explodiram. Essa é a segunda vez, em menos de um mês, que isso acontece. No dia 7 de abril o Sindipetro-LP publicou a matéria ‘Contaminação por Covid-19 transforma P-66 em barril de pólvora prestes a explodir” que relatava o mesmo problema.

Nesse momento, o quadro tende a ficar um pouco pior. Os gestores da empresa ordenaram a troca de turma mesmo antes de sair o resultado do RT-PCR do pessoal que está a bordo, ou seja, o risco de um novo surto é eminente na plataforma. Outro ponto que merece destaque é que a teoria da empresa de que a escala de 21 dias barra os casos de Covid-19, nas unidades offshore, é pura balela. A P-66 é prova de que isso não funciona e que o único objeto da chefia é aumentar os lucros em detrimento da vida. Se houvesse uma preocupação verdadeira não haveria um flotel acoplado a unidade e a empresa suspenderia por tempo indeterminado a parada de manutenção. Não é mistério para ninguém que manter o acoplamento irá aumentar o risco de surto e também irá inviabilizar inclusive a substituição dos trabalhadores, deixando a unidade descoberta do quadro mínimo, conforme exigido pela empresa durante greves.

Infelizmente, a negligência dos gestores da Petrobrás, quando muito, suas medidas ineficazes, não é capaz de evitar que a pandemia vitimasse, até o momento, cinco petroleiros somente nas bases do Litoral Paulista, que provavelmente se contaminaram durante suas atividades laborais.

Segundo dados emitidos pelo Ministério de Minas e Energia (MME), no dia 26 de abril, existem mais de 6 mil casos de contaminação nas plataformas da Petrobrás. No total foram 26 mortos no sistema offshore. O 54º Boletim de Monitoramento, emitido pelo MME, não inclui os petroleiros terceirizados o que significa que os números podem ser assutadores.

A gestão no comando da empresa segue com a rotina de trabalho como se não houvesse vírus, ou, o que é pior, negando seu poder letal. A responsabilidade pela vida desses trabalhadores é da Petrobrás, que ao ignorar as recomendações de manter apenas os serviços essenciais, POB baixo, negligenciar nas medidas de segurança também dos trabalhadores terceirizados e não ser rigorosa nas testagens dos trabalhadores embarcados, expõe todos os seus empregados.