Trabalhadores da Allcontrol entram em greve contra atraso nos salários e correm risco de mais calote

Na RPBC

Os trabalhadores da Allcontrol, empresa terceirizada que presta serviços na RPBC, entraram em greve a partir desta quinta-feira (13), após sofrerem com sucessivos atrasos de seus salários.

A greve não acontece sem aviso e não é de hoje que a Allcontrol desrespeita seus trabalhadores, a começar por não aplicar a tabela unificada de salários, elaborada pelos sindicatos e aprovada pelos trabalhadores e que é seguida por empresas na RPBC. A Allcontrol é reincidente em atrasar os salários de seus empregados, sendo que já ficou até trinta dias sem realizar os pagamentos dos trabalhadores. Desta vez, o atraso nos salários vem desde o dia 7 de maio e a categoria decidiu não esperar se arrastar por mais tempo, dando um ultimato à empresa.

Os trabalhadores correm agora contra o tempo para receberem seus salários, pois como não houve greve quando a empresa atrasou os salários no mês passado, os trabalhos continuaram gerando medição, que foram pagos à empresa. Ou seja, se a greve tivesse sido deflagrada no mês passado a medição ficaria retida, o que poderia garantir em parte o pagamento da rescisão, caso a empresa venha a quebrar ou, diante dos problemas que vem causando na refinaria, a Petrobrás venha rescindir o seu contrato.

A boa fé dos trabalhadores da Allcontrol em manter os trabalhos mesmo sem receber salários não foi valorizada pela Petrobrás, que desde a lei da terceirização não tem obrigação com os trabalhadores terceirizados e não se responsabilizará por um eventual calote da Allcontrol.

Fica aqui a lição para o trabalhador do sistema Petrobrás que precisa entender de uma vez por todos que sem salário não se produz!

Isso prova que o conceito de “colaborador”, como os gestores da companhia costumam chamar seus empregados, não existe na prática, pois a colaboração dos terceirizados em trabalhar para a Petrobrás mesmo sem pagamento não terá a mesma contrapartida por parte da companhia.

O Sindipetro-LP irá acompanhar o processo como sempre fez, e fará a pressão política necessária para que todos os trabalhadores sejam reaproveitados em um eventual contrato subsequente.