Após greve por atraso nos salários, supervisor e preposto de terceirizada assediam trabalhadores da UTGCA

Certeza de impunidade

A empresa Liga, contratada que devido a atraso dos salários dos trabalhadores gerou greve dos terceirizados em maio, volta a causar problemas na UTGCA. De acordo com denúncias dos terceirizados, dois de seus superiores, um supervisor da equipe de elétrica e o preposto, está assediando os trabalhadores. Segundo a denúncia, o supervisor tem obrigado os trabalhadores a executarem serviços sem a devida Permissão de Trabalho (PT). Já o preposto tem tratado os funcionários aos gritos, desrespeitando a todos. O assédio se tornou mais intenso após a greve que os trabalhadores organizaram, depois de terem cansado de tomar calote e receberem salários atrasados.

A denúncia foi feita também à CIPA da UTGCA, que cobrou da gerência para que tomasse uma atitude contra o assédio dentro da empresa, mas nenhuma ação foi tomada. 

Enquanto a gerência da UTGCA se omite, os administradores da Liga tocam o terror na unidade. A certeza de impunidade fez com que demitissem um técnico de elétrica, que se recusou a realizar uma atividade insegura, apelando para o direito de recusa, garantido aos trabalhadores em caso de atividade que oferece perigo a sua vida.

O sindicato cobra uma reação da gerência da UTGCA contra o assédio aos trabalhadores, pois esse tipo de atitude é capaz de desestruturar toda uma equipe, tornando a ambiência insuportável, insalubre e consequentemente o trabalho inseguro.

Entenda o caso
A chefia da Liga vem “causando” na Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA) desde que assumiu o contrato. No início do mês de março a terceirizada atrasou o pagamento de salários e benefícios. O calote foi repetido no mês de abril o que acabou culminando em uma greve, organizada Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Mobiliário e Montagem Industrial de São José dos Campos e Litoral Norte (Sintricom) e com apoio do Sindipetro-LP. O saldo da mobilização foi positivo já que foi feito o repasse dos atrasados.

Os petroleiros terceirizados também relataram ameaças por parte da liderança para não assinalarem o primeiro ‘item’ da Análise de Segurança da Tarefa (AST). No documento é questionado se o trabalhador identifica algum estado que pode causar acidente de trabalho, como, por exemplo estresse, preocupação e irritação. É omissão atrás de omissão.

O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista tem denunciado sistematicamente a política de contratação da Petrobrás. Nosso entendimento é de que todos esses problemas são única e exclusivamente de responsabilidade da Petrobrás que só visa pegar o menor valor nas licitações sem se preocupar com o histórico da conduta da empresa contratada.