Nas plataformas da Petrobrás ainda existe sistema hierárquico de castas entre gestores e trabalhadores

Capataz ou peão?

O sistema hierárquico de castas continua em plena ascendência no século XXI. O Brasil atravessa dias cada vez mais sombrios e a situação beira o caos. Como se não bastassem todos os ataques que a classe trabalhadora vem sofrendo como retirada de direitos, rebaixamentos salariais, terceirização indiscriminada e tudo mais que os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro orquestraram, nas plataformas de petróleo ainda temos que lidar com um ataque ainda pior - o sistema de castas profissionais.

Desde que a Organização Mundial de saúde decretou a pandemia esse fator ficou ainda mais explícito, pois com o aumento do POB (People on-board) das plataformas, que visa nesse momento, somente o lucro em detrimento da vida e saúde dos trabalhadores.  

Os embarcados são legítimos produtores do desenvolvimento e riqueza do país, mas aos “olhos” da atual gestão da Petrobrás isso não faz diferença. Os petroleiros estão sendo obrigados a se amontoar em camarotes apertados e com isso, sujeitando-se a contaminação por Covid-19. Na contramão desse absurdo estão os gerentes e coordenadores pomposos, com desculpa de funções essenciais, esbaldando-se individualmente em seus camarotes amplos e bem protegidos de todo e qualquer vestígio do vírus.

Aquela boa e velha segregação entre peão e "patrão". Esse tipo de conduta da continuidade a barreira hierárquica que o sistema cria, para manter a divisão e o mando sobre os trabalhadores. Esses gestores, que apesar de hoje estarem com a “chibata” na mão, ainda fazem parte do proletariado e são como “capitães do mato” que com o tempo também serão descartados de seus postos.

Vale a reflexão: gerentes e coordenadores não são patrões. Eles são somente peões com o chicote na mão, então basta de segregação!