Gerente de ativo lança nova modalidade de assédio e coage trabalhadores terceirizados

Cadê a ética?

A situação dos trabalhadores na Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, que era ruim conseguiu ficar ainda pior. O gerente de Ativo da unidade fez uma "reunião" com os trabalhadores da Empresa Liga com o claro objetivo de assediar e coagir os trabalhadores. Um tremendo absurdo já que chefia nenhuma do Sistema Petrobrás pode se dirigir diretamente aos terceirizados para cobrar serviço. Os donos da contratada e os gerentes de contrato que devem ser cobrados.

Como se já não bastasse o histórico de calotes que a “gata” vem promovendo, que vem sendo denunciado sistematicamente pela diretoria do Sindipetro-LP, os petroleiros terceirizados agora são obrigados a aguentar desmando de chefete da unidade.

Segundo relatos, o gerente teria dito que quem está trabalhando e não adere à greve ou mobilização "é visto com outros olhos". Além disso, enfatizou que “a dificuldade de alguns, pode ser a oportunidade de outros". Um claro recado de quem fizer greve será demitido, ou pior, não poderá ser admitido em outros contratos na UTGCA. O que esse gestor elaborou é desumano e fere todos os princípios da ética e do bom senso. Inclusive fere o famoso e endeusado Código de Conduta Ética da Petrobrás.

Para esse cidadão, que já tem um histórico terrível permeado por assédio e má conduta, a culpa por estar trabalhando em uma empresa caloteira é da força de trabalho e de mais ninguém. Afinal as pessoas pedem para serem usurpados de seus direitos, né? Uma tremenda aberração! Na cabeça dele os terceirizados têm que fazer caridade e trabalhar de graça e sem reclamar. Caso isso não aconteça são considerados insubordinados e agitadores. O gerente de ativo deve seguir a linha “good vibes” e acredita que trabalhador deve ser resiliente mesmo quando não recebe salário e nem os benefícios. Um detalhe que passou desapercebido para esse gestor é que, assim como ele, todos são pais de família com contas, aluguel e outras obrigações do cotidiano que devem ser quitadas com o dinheiro das atividades laborais que exercem. 

O mais esdrúxulo dessa situação toda é que o discurso dos gerentes da companhia é sempre "a Petrobrás não pode interferir na gestão das empresas contratadas", mas a realidade é outra. Quando são cobrados para resolver os problemas da força de trabalho todos dão uma de  Pontius Pilate e "lavam as mãos". Eles só não se isentam de assediar os trabalhadores que não recebem salários.

A Diretoria do Sindipetro-LP não vai permitir que essa conduta “vire moda” e se perpetue tanto na UTGCA quanto em qualquer outra unidade abrangida pelas nossas bases. O nosso entendimento é que tantos trabalhadores próprios quanto terceirizados merecem respeito, salários e benefícios em dia e uma boa dose de dignidade no exercício da profissão.