Gata da hotelaria lucra às custas do sacrifício dos petroleiros terceirizados

Insegurança alimentar

O rol de abusos promovidos por empresas terceirizadas no Sistema Petrobrás parece que nunca terá fim. Nas plataformas, abrangidas pelo Litoral Paulista, a coisa anda para lá de ruim e uma “gata” que atua no setor de hotelaria anda querendo jogar a pá de cal na situação. A chefia da empresa resolveu lucrar à custa do sacrifício de seus trabalhadores. Essa é a famosa “miséria pouca é bobagem”.

Os petroleiros terceirizados dessa empresa estão, há algum tempo, tendo que improvisar no preparo dos alimentos, pois faltam insumos básicos para conseguir preparar os cardápios conforme estabelece o contrato com o Setor de Suprimentos e Serviços (SBS) da Petrobrás, setor responsável pelas licitações e contratações.

O negócio está tão feio que durante um jantar faltou até feijão - item básico nas refeições servidas nas plataformas - fato que muitos petroleiros confirmaram após serem questionados pelos representantes do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista. A lista de irregularidades não para por aí! Durante a tradicional feijoada da quarta-feira, até mesmo a couve, acompanhamento básico da iguaria, não foi servida por não haver verdura para o preparo.

Segundo denúncia, de um empregado da “gata”, na última semana não havia nem mesmo óleo de soja para o preparo dos alimentos e o pessoal estava cozinhando com margarina, item sabidamente prejudicial à saúde dos trabalhadores e contra indicado por nutricionistas e especialistas em saúde.

Existem inúmeras situações sobre a falta de insumos que não caberiam em uma simples matéria. O que não é simples é a conduta dos donos dessa terceirizada que fecha contrato sem poder honrar com o que se compromete a realizar e coloca a força de trabalho na alça de mira do problema e ainda por cima os obriga a se virar com o pouco que tem disponível na dispensa da plataforma. Essa contratada, assim como as demais, tenta lucrar em toda e qualquer oportunidade mesmo que isso implique em prejudicar os trabalhadores. 

A Diretoria do Sindipetro-LP está atenta ao descaso de empresas desse tipo e está acompanhando de perto os contratos firmados com a Petrobrás e que não estão sendo cumpridos. A conduta dessa “gata” coloca todo o efetivo a bordo em risco alimentar, sem contar que estes trabalhadores se encontram em confinamento em alto mar e o mínimo que precisam são condições não só de trabalho, mas também de alimentação, garantidas pelo Programa Alimentar do Trabalhador (PAT). O Sindipetro está atento e cobrará a atual gestão da Petrobrás e a SBS, não só um posicionamento sobre isso, mas também que os trabalhadores dessa contratada não sofram retaliações.

Estamos de olho e ouvidos bem abertos para qualquer tipo de conduta errada!