Petroleiros do Terminal da Alemoa cruzam os braços por segurança e contra redução de efetivo

É greve!


Os petroleiros do terminal Transpetro Alemoa, de Santos, iniciaram ontem, quinta-feira (16), greve na unidade, contra a redução do efetivo e pela segurança do terminal, com o corte da rendição, no turno das 19h. Nesta sexta-feira, os trabalhadores terceirizados, juntamente com os petroleiros do turno, participaram do protesto em frente à unidade, organizado pelo Sindipetro-LP, com o intuito de fazer com que os gestores da Petrobrás e Transpetro voltem atrás da decisão de diminuir o efetivo. O ato teve a participação dos petroleiros do Sindipetro Unificado São Paulo e apoio do sindicato da Construção Civil e dos metalúrgicos, que representam os trabalhadores terceirizados.  

O terminal da Alemoa está prestes a ser leiloado e diante de mais esse ataque do governo Bolsonaro aos ativos do Sistema Petrobrás, a gerência do terminal justifica a redução do quadro efetivo, sem nenhum estudo ou documento que sustente sua investida.

Os atuais gestores da Petrobrás estão alocando petroleiros de outras áreas, sem experiência na operação do terminal, ao mesmo tempo em que estão adiantando a saída dos trabalhadores que assinaram o PIDV. No total eram 16 operadores por turno e atualmente o terminal opera com apenas nove (9) trabalhadores por turno. Os operadores não se sentem mais seguros em atuar na planta com esse número reduzido porque a chance de um acidente em grandes proporções, como foi o que ocorreu na Ultracargo, é imensa.

Um tremendo absurdo já que o Terminal da Alemoa recentemente foi reclassificado pela NR-20 como sendo terminal de Grau 3 em função do  alto volume de inflamáveis armazenados. Vale destacar que unidade carece de automação e que vem operando com equipamentos antigos. Além disso, teve seu quadro de manutenção reduzido de maneira significativa. Também, os gestores do terminal não apresentaram composição da brigada de incêndio e no momento não tem condições de manter a linha (tubulação) de combate a incêndio pressurizada.

O Sindipetro reivindica 10 operadores e um supervisor para o terminal por turno. A Agência Nacional de Transporte Aquaviários (ANTAQ) elaborou um edital que preconiza os limites dos leilões e as condições estabelece que na área maior o terminal deva operar com segurança com 55 operadores. O número significa 11 operadores por turno. No documento também fica estabelecido que na área menor o local tenha que contar com cerca de 29 operadores essa é uma média de seis operadores por turno. Na conta são estabelecidos 17 operadores mais os supervisores. Atualmente o local opera com apenas nove operadores por turno. Isso demonstra que existe um total descaso com a segurança por parte da gestão do terminal. O movimento só será encerrado quando os gestores da unidade recuarem dessa decisão que só visa o lucro em detrimento da vida.