Trabalhadores terceirizados da RPBC entram em greve contra o calote da Método Potencial nos salários

Culpa da política de contratação da Petrobrás

Os trabalhadores da Método Potencial, empresa de engenharia com contrato em diversas unidades da Petrobrás, iniciaram nesta segunda-feira (18) greve por tempo indeterminado, devido a calote no pagamento de salários causado pela empresa.

Os mais de 150 terceirizados contratados pela Método Potencial se reuniram na sede do Sindicato da Construção Civil em Cubatão (Sintracomos), onde decidiram em assembleia pela paralisação das atividades, após esperarem trabalhando por dez dias, desde o dia 5, a quitação da dívida. O Sindipetro-LP esteve presente na assembleia para dar apoio aos trabalhadores e ao Sintracomos, sindicato responsável pelos terceirizados, à frente das negociações com a empresa.

A história volta a se repetir e por incrível que possa parecer para quem ainda se indigna com a conivência dos atuais gestores da Petrobrás aos golpes contra os terceirizados, além da RPBC, a Mérito Potencial está dando calotes em centenas de trabalhadores terceirizados também na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos e na Refinaria de Paulínia (Replan).  No último sábado (16), trabalhadores terceirizados de Urucu também entraram em greve contra o calote nos salários feito pela Método Potencial. 

Os crescentes casos de calote no Sistema Petrobrás têm o DNA da gestão bolsonarista no comando da empresa, que assim como tem tirado da população brasileira o lucro aos acionistas em forma de aumento nos combustíveis e gás de cozinha, tem seguido uma política de contratação que permite a contratação de empresas terceirizadas que sequer têm condições de garantir o pagamento das rescisões em caso de rompimento de contrato.

Nos últimos três anos já são oito empresas na RPBC (Altivale, JPTE, Alpitec, Masterlogic, Benge, G&E Engenharia, Allcontrol e a Método Potencial) que dão calote nos trabalhadores e ainda assim voltam a assinar contratos com a Petrobrás.

Graças à atuação política e jurídica dos sindicatos é possível pressionar a Petrobrás a absorver a maioria dos trabalhadores prejudicados nos contratos tampão que são assinados para finalizar as obras paradas, no entanto não é possível aceitar que os trabalhadores terceirizados vivam dessa forma, passando de contrato em contrato, sendo usados e depois descartados, sem garantias de que receberão o que têm direito.

O Sindipetro-LP está acompanhando o andamento das negociações e se coloca à disposição dos trabalhadores para organizar, juntamente com outras bases onde os calotes têm acontecido, uma greve geral em todo Sistema Petrobrás.