Petrobrás terá que depositar última medição da Método Potencial para pagamento dos trabalhadores

Em dissídio coletivo

Na última sexta-feira (22), os trabalhadores da Método Potencial conseguiram em audiência de dissídio coletivo de greve garantir o pagamento dos salários atrasados, do adiantamento salarial, além dos pagamentos do VA/VR.

Graças aos esforços do sindicato da Construção Civil (Sintracomos) em conjunto com o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-LP), que informou que as contas da Método Potencial estão empenhadas em favor de bancos de crédito, o juiz determinou que os valores da última medição da Método Potencial fossem depositados diretamente na conta do sindicato pela própria Petrobrás. Na decisão o juiz diz que cabe sim à Petrobrás “a sua responsabilidade que neste momento entendemos como solidário em virtude da situação que se apresenta, pois deveria a Petrobras conhecedora do descumprimento contratual da contratada (...) ter levado ao conhecimento do sindicato esse descumprimento contratual para que juntos pudessem encontrar uma solução diferente da qual se apresenta no momento”.

Esse é um feito histórico em favor dos trabalhadores, algo que não acontece em todos os casos semelhantes, mas que pode servir de alerta à Petrobrás, que há muito tempo faz vista grossa para as empresas que entram e saem de contratos mesmo dando calote nos trabalhadores. 

Agora, os trabalhadores aguardam o recebimento dos atrasados para só então retornarem ao trabalho. Além do repasse para as contas do Sintracomos, os dias parados durante a greve não serão descontados dos trabalhadores.

*Histórico da greve*
A greve começou na segunda-feira passada (18), após mais de 10 dias de atraso do pagamento dos salários e benefícios.

Além do calote na RPBC, a Método Potencial apresentou o mesmo problema na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos e na Refinaria de Paulínia (Replan). No sábado (16), anterior ao início da greve em Cubatão, os trabalhadores da Província Petrolífera de URUCU, em Coari, interior do estado do Amazonas, também entraram em greve contra o calote nos salários feito pela Método Potencial. 

A culpa desses calotes é da atual gestão da Petrobrás, que tem como meta o menor custo nos valores dos contratos de terceirizadas, muitas vezes sabendo que não será o suficiente para a conclusão da obra. No entanto, entre o lucro e a quitação das dívidas trabalhistas, muitas vezes são os trabalhadores os prejudicados.

A greve mostra mais uma vez que com uma categoria organizada e com sindicatos fortes e atuantes podemos reverter esses ataques aos direitos dos trabalhadrores.

Os trabalhadores já mandaram o recado, se a empresa não cumprir o que foi determinado pela Justiça, retomarão a mobilização!

Estamos em luta!