Petrobrás: gasolina cara fará acionista rir à toa com lucro líquido estimado de R$ 31,5 bi e operacional de R$ 53,9 bi

E o povo?

A Petrobráas divulga nesta quinta-feira o balanço do Trimestre de 2021. Segundo estimativas do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), baseadas no resultado operacional da companhia, a expectativa é de que a empresa registre bom resultado financeiro, lucro líquido estimado de R$ 31,5 bilhões e operacional (Ebitda ajustado) de R$ 53,9 bilhões. De acordo com o Ineep, as altas de preços dos combustíveis devem assegurar bom desempenho para a Petrobráas, mesmo com o aumento dos custos de importação de derivados; com a redução das exportações de petróleo; e derivados e com variação cambial.

O instituto informa ainda que o resultado positivo estimado é fruto do aumento das receitas de vendas no mercado interno, decorrente da ampliação das quantidades vendidas e, sobretudo, dos preços dos derivados com a atual política de preços de importação (PPI) de derivados. Em menos escala, as receitas extraordinárias com a venda de ativos, de cerca de R$ 27 bilhões, também auxiliaram nos altos lucros da companhia.

Segundo o Ineep, as receitas de vendas estimadas devem ser significativamente maiores, tanto em comparação ao último trimestre como em relação ao 3T20. A projeção é que este indicador apresente um valor próximo de R$ 119 bilhões, o que deve representar crescimento da ordem de 8% frente ao 2T21 e de 68% ao mesmo trimestre de 2020.

Esse possível resultado positivo, de acordo com o instituto, deverá ser puxado pelo aumento no volume de vendas de Diesel e Gasolina para o mercado interno – que registraram altas de, respectivamente, 16% e 18% em comparação ao 3T20 – e, principalmente, pela elevação dos preços desses combustíveis (de 66% no caso do Diesel, e 63% no caso da Gasolina), em virtude da política de preços de paridade de importação (PPI) da Petrobras.

Esses dois elementos (aumento das vendas da gasolina e diesel e forte elevação dos preços desses derivados) devem fazer com que a receita de vendas da Petrobras para o mercado interno seja cerca de 86% maior que o mesmo período de 2020, ficando próxima a R$ 89 bilhões.

De acordo com o Ineep, as vendas para o mercado externo também deverão ter um peso importante nos resultados deste trimestre. Isso porque mesmo com a queda no volume total de exportações de petróleo e derivados (que sofreram uma redução de 17% em comparação ao 3T20), o aumento generalizado nos preços do petróleo cru e derivados provavelmente compensou o volume reduzido de exportações, devendo resultar em uma receita próxima a R$ 30 bilhões, algo em torno de 31% maior ao registrado no mesmo período do ano passado.

Por conta desses resultados, o Ineep projeta que o lucro antes do resultado financeiro, participações e impostos (sem considerar a venda de ativos e os impairments) no 3T21 deverá ser algo em torno de R$ 44,9 bilhões. Em relação ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a previsão é de que o resultado positivo chegue a algo próximo a R$ 53,9 bilhões.

Além desses dados operacionais, o Ineep estimou despesas e receitas extraordinárias, com base nas informações dos fatos e dados da Petrobras e de sua dívida, destacando as receitas fruto da venda de ativos no montante de R$ 27 bilhões, dentre as quais a venda da BR distribuidora e recebimento de pagamento do Acordo de Coparticipação de Búzios. Pelo lado das despesas, destacaram-se as despesas com a variação cambial negativa de R$ 15,5 bilhões, fruto da desvalorização do real de cerca de 9% sobre a dívida em dólares da Petrobras.

Os dados reforçam, segundo o instituto, que a Petrobras deverá alcançar expressivos lucros em decorrência o aumento das vendas de derivados no mercado interno e, sobretudo, pela elevação dos preços dos combustíveis para o mercado interno em razão do PPI. A desvalorização cambial e as altas do barril – os principais parâmetros do PPI – estão puxando para a cima os preços dos combustíveis da Petrobras, impactando positivamente nos resultados da companhia. Por outro lado, esse é um dos principais componentes do aumento da inflação que tem gerado uma deterioração das condições macroeconômicas no atual momento.

Fonte: Monitor Mercantil