Gerência da UTGCA faz vista grossa para acidentes, subnotificando casos e omitindo abertura de CAT

SMS irresponsável

A gerência da UTGCA vem incorrendo em subnotificações de Acidentes do Trabalho, concluindo os últimos casos ocorridos na unidade como “incidentes”, sem dar o devido tratamento que poderia ajudar a evitar novos acidentes. A prática revela a preocupação da gerência da UTGCA em não perder ganhos de remuneração variável, que é atrelado à meta "acidente zero" nas unidades, demonstrando o descaso da gerência de SMS com a segurança e saúde dos trabalhadores.

Dois casos recentes chamam a atenção por terem recebido tratamentos semelhantes. Em um dos casos, um trabalhador teve o dedo prensado por um dormente de madeira que estava sendo içado sob um caminhão. A peça de madeira, que estava sendo levantada manualmente por mais dois trabalhadores, escorregou, prensando o dedo do trabalhador em uma elevação de metal na carroceria do caminhão. O trabalhador foi atendido por médico contratado pela Petrobrás que atestou não haver lesão, sendo liberado em seguida. A análise preliminar do acidente apontou que a peça de madeira possivelmente escorregou pela luva molhada do trabalhador. Outra possibilidade apontada foi a falha no planejamento da tarefa. Ao final, não foi aberta a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT).

Outro acidente que não recebeu a devida atenção foi com um trabalhador próprio, que sofreu queda em desnível, durante verificação de instrumentos na área de medição de gás da Unidade, a queda ocasionou hematomas e escoriações na região do quadril e o trabalhador foi encaminhado de ambulância, por volta das 23h, para atendimento médico fora da unidade para avaliação e realização de exames. Após o atendimento houve o afastamento de alguns dias do trabalho, porém o médico contratado pela Petrobrás, responsável pela avaliação, também não atestou qualquer lesão, encerrando o registro do caso como um mero incidente.

Não é de hoje que o Sindipetro-LP vem apontado falhas nas avaliações médicas na UTGCA, que desde o início da pandemia tem negado a abertura de CAT para casos comprovados de contágio pela covid-19 e agora passa a fazer vista grossa para acidentes na unidade, mais uma vez favorecendo os ganhos da gerência pela “produtividade”. 

Manter um trabalhador que se acidentou trabalhando, além de prejudicar seu desempenho e sua recuperação total, traz uma falsa sensação de segurança na unidade pela falta de transparência na real situação da unidade e de empenho em eliminar os riscos que provocaram as lesões.

Assim como fizemos no ano passado, denunciando ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) os médicos que mantiveram os trabalhadores infectados com covid-19 nas unidades, daremos o mesmo encaminhamento, caso os acidentes sejam tratados como meros incidentes na UTGCA.

O Sindipetro-LP se coloca inteiramente à disposição de qualquer trabalhador, seja próprio ou contratado, no sentido de orientá-lo à abertura da CAT, especialmente nos casos em que existe a negativa da empresa em comunicar a ocorrência do acidente às autoridades competentes. 

As denúncias serão tratadas como anônimas e investigadas. Estamos sempre atentos e de olhos abertos!

Faça a sua parte, denuncie ao seu sindicato qualquer suspeita de subnotificação de acidentes.