Com vários casos de Covid, gestão da UO-BS mantém trabalhadores há mais de 20 dias embarcados

Descumprindo liminar

A situação da tripulação das plataformas da UO-BS está cada dia mais difícil. Não por acaso, os trabalhadores de Mexilhão deram um basta e cruzaram os braços nesta terça-feira (18).

Não só a gerência da UO-BS sentou sobre ordens para retirada do pessoal das plataformas, como tem mantido muitas pessoas há mais de 20 dias embarcadas. Isso, mesmo com uma liminar conseguida pela FNP, que impede que a empresa altere a escala 14x21. Para os gestores das plataformas, manter trabalhador doente embarcado gera mais lucro para a empresa e garante suas metas, independente de quaisquer prejuízos por multa ou horas extras que terão que pagar por descumprimento de decisão judicial.

Os trabalhadores denunciam ainda que até mesmo o contato com o Resgate ou com o setor de Saúde, para atendimento do médico ou enfermagem, está sem resposta. Nem mesmo quando acionam o telefone para Grandes Emergências/Risco de Morte há resposta, ou seja, se nas vezes que os contatos foram tentados, havendo uma situação crítica, um infarto ou qualquer outro incidente, algo muito ruim poderia ter acontecido.

O sindicato fez um levantamento que aponta que há diversas pessoas com resultado positivo para covid-19 aguardando para desembarcar desde o dia 13 de janeiro, sendo: um sintomático em Merluza; 1: positivo; em Mexilhão são 27 contactantes, um sintomático não testado e 22 com testagem negativa, há mais de 14 dias embarcados; um na P-66, três sintomáticos e outros 11 contactantes; na P-67, nove contactantes a bordo aguardam desembarque desde o dia 13, com pessoas a bordo da plataforma há mais de 20 dias; quatro com resultado positivo pra covid na P-68, dois suspeitos e 26 contactantes ; na P-69 estão três com suspeita de covid e 11 contactantes, dos quais cinco casos deram positivo; sete suspeito na P-70, 13 contactantes, dos quais um com 22 dias a bordo, quatro com 20 dias, dois com 19 e um com 17 dias; um contactante na UMCP aguarda desembarque desde o dia 14; 36 casos positivos a bordo da UMPA.

É um verdadeiro descaso que está acontecendo nas plataformas e parece que, infelizmente, os gestores da companhia estão aguardando alguém morrer para só então tomar uma medida.

O Sindipetro-LP está em contato com a gerência das plataformas e leva como recado da categoria que se a situação não for normalizada, os petroleiros do Litoral Paulista irão encampar uma greve, com todas as unidades unidas, em defesa das vidas!