Ato no Edisa I fortalece greve nacional unificada

Mais de 11 viaturas, Força Tática, motos e algumas patentes. Dessa maneira amanheceu hoje, dia 25, a Rua Dom Pedro II, centro de Santos, endereço do prédio administrativo da UN-BS (Edisa I). A gerência do Gabinete da Presidência (Gapre) chamou a repressão, convocando a polícia militar (PM) para petroleiros e petroleiras que iniciavam mais uma paralisação no 4º dia de greve da categoria no Litoral Paulista.Antes das 9 horas da manhã a rua já estava fechada pela PM, nitidamente mostrando uma postura agressiva. Com o clima tenso, o movimento grevista permaneceu na entrada do Edisa I, barrando a passagem. A ação foi resultado de uma reunião ocorrida ontem, dia 24, entre os petroleiros e petroleiras do prédio que aderiram a greve. O objetivo era conscientizar a categoria, que trabalha nos escritórios, da importância da greve unificada nacional.Quem entendeu o recado juntou-se ao piquete, já os que preferiram não pensar muito na sua condição comum de petroleiro e petroleira, e de que a luta pela PLR beneficia a todos, se dirigiram para a Parça Mauá, em frente ao Edisa I. De lá a gerência começou a operar uma estratégia sordida de convencer os trabalhadores a não aderirem ao movimento grevista. Inclusive o Gerente Geral da UN-BS estava neste esforço - a simples presença deles e de seus comandados já é um motivo de cerceamento da liberdade individual de decisão.O clima esquentou depois que os tais gerentes decidiram jogar fósforos acesos na gasolina bestial que move a polícia. Discussão entre sindicalistas e polícia. Clima de tensão. Grevistas reunidos para ver a melhor saída, pois a ideia não era o confronto, mas sim uma forma de pressão ao processo de negociação e conscientização da categoria.Por fim, ficou acordado de que o movimento iria abrir a entrada do prédio. O gerente agiu mal. Devia ter liberado o pessoal. A greve é um instrumento legítimo dos trabalhadores", opinou Fernando Malingre, o Robocop. A opinião representa o que pensa a diretoria do Sindipetro-LP."O que aconteceu hoje foi histórico (...) mostramos força para avançar no diálogo com os trabalhadores. Afinal, o que faz do administrativo um setor tão pouco participativo? Precisamos mudar isso", observou uma das lideranças grevistas, Manqui Sonda (nome fictício).Já outro trabalhador do Edisa I, Dudu Cardoso (nome fictício), acredita que "foi uma ação que se soma ao quadro nacional de mobilização (...) o Edisa concentra todo o plano de exploração e expansão da Bacia de Santos".Para Patino Leinad (nome fictício) defende que o movimento não acontece por nada. "Deixamos um recado para a empresa. Não vamos aceitar uma mesa de negociação que brinca com os trabalhadores apresentando uma proposta rebaixada de PLR.Marcelo Juvenal, diretor do Sindipetro-LP e operador da RPBC, parabenizou quem aderiu ao movimento de hoje no Edisa I. "São companheiros e companheiras que sabem da importância da greve para a categoria. Trabalhadores corajosos que exigem respeito e reconhecimento pelo que fazem pela empresa".Perseguição não!Os nomes fictícios não são por qualquer razão. O que se viu hoje no Edisa I foi uma afronta ao direito de livre manifestação e decisão. O policiamento ostensivo e a presença da gerentada junto aos trabalhadores, indica que os participantes da greve podem sofrer perseguições depois de encerrado o movimento.O Sindipetro-LP está de olho e vai acompanhar de perto qualquer tipo de assédio moral ou coisa do tipo. Isso vale também para a RPBC e terminais da Transpetro. O Departamento Jurídico já está em alerta (durante o ato no Edisa o advogado do sindicato esteve presente) e o Fundo de Greve está disponível para possíveis problemas.Aos gerentes aliciadores, fica o recado. Se Mexer com qualquer petroleiro ou petroleira que participou da greve, vamos engrossar. "