Guindaste tomba na RPBC e deixa terceirizado ferido

O guindaste G-17 da Petrobras tombou hoje, por volta das 11 horas, na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) ferindo o terceirizado Fabiano Santana Passos. O trabalhador, funcionário da NM Engenharia, movimentava a máquina, sem carga, quando ela tombou depois de Fabiano perder o controle, ainda por motivos desconhecidos. O acidente ocorreu na área leste da refinaria.O trabalhador foi socorrido pela equipe médica da Petrobrás e encaminhado ao Hospital Ana Costa, em Cubatão, onde recebeu o primeiro atendimento. Logo após foi transferido para Santos com o intuito de passar por exames mais detalhados. Fabiano teve luxações pelo corpo, escoriações e um corte na cabeça. Ele passa bem e recebeu alta às 17h20, depois do resultado de uma tomografia indicar que não houve fratura no crânio ou qualquer tipo de sequela."Ele disse que lembra apenas de estar operando o equipamento e depois de estar sendo retirado da cabine", conta o diretor do Sindipetro-LP Ademir Parrela, que conversou com Fabiano ainda no hospital. Parrela deixou o Sindicato disponível, caso o trabalhador necessite, e afirmou que o caso será acompanhado de perto. A Assistente Social do Sindipetro-LP também foi acionada.O diretor do Sindipetro-LP Marcelo Juvenal esteve no local pouco depois do acidente. O sindicalista informa que as investigações começam amanhã, dia 22, e por isso o guindaste ainda está tombado e a área isolada. Mesmo defendendo a espera pelo resultado das causas do acidente, Juvenal afirma que "os guindastes próprios da Petrobrás (algumas empresas terceirizadas mantêm quindastes dentro da RPBC) possuem mais de 20 anos de uso e tudo indica que a causa do acidente foi falta de manutenção. Contudo, vamos esperar o resultado das investigações".SMS para valer!A falta de segurança dos trabalhadores dentro do Sistema Petrobrás é um problema que o Sindipetro-LP e os sindicatos da FNP apontam há muito tempo. Inclusive SMS foi um dos pontos discutidos durante a greve de seis dias da categoria, no mês passado. "A situação é tão ruim que o acidente de hoje foi informado ao Sindicato pelos trabalhadores e não pela empresa. Isso é um absurdo, pois a empresa possui a obrigação de avisar", protesta Juvenal.O sindicalista diz que logo após saber que o estado de saúde do trabalhador não era grave, cobrou da empresa a falta de informação. "Isso indica como a empresa trata a saúde do trabalhador. Mais um terceirizado ferido num acidente e o Sindicato não é informado. Até quando vamos ver isso? A política de SMS precisa mudar e o Sindicato vai tomar providências. Terceirizado, na nossa opinião, tem que ser tratado como da categoria petroleira", conclui Juvenal.Um outro detalhe que pode ter garantido a vida do trabalhador: o guindaste tombou sobre uma linha de água de incêndio, evitando que a cabine fosse amassada, diminuindo, assim, riscos ao motorista. "Eu vi o local do acidente e podia ter sido muito pior", alerta o sindicalista.No próximo dia 29, os 17 sindicatos petroleiros se reúnem com a Petrobras para tratar de SMS, conforme ficou acordado na mesa de negociação da greve.