Terceirizados cruzam os braços e entram em greve no TEBAR

Cerca de 112 trabalhadores terceirizados estão em greve no Terminal Almirante Barroso (TEBAR), em São Sebastião. Há 7 dias os 50 funcionários da Limpind, ligados ao Sindicato da Construção Civil da Região do Litoral Norte, estão paralisados e desde terça-feira, dia 21, 62 funcionários da Manserv, filiados ao Sindicato dos Metalúrgicos, cruzaram os braços. O Sindipetro-LP, por intermédio de sua subsede, acompanha a situação.Estamos dando todo o apoio logístico na sede do Sindipetro aqui em São Sebastião, inclusive com nosso departamento jurídico. Também estamos participando das negociações e pressionando a gerência do TEBAR a tomar uma postura", afirma o diretor do Sindipetro-LP, Douglas Alberto Braga.Demissões e reajustes salariais baixos são os motivos principais dos dois movimentos grevistas. O que não é nenhuma novidade em se tratando de empresas terceirizadas no Sistema Petrobrás, acostumadas a tratar seus trabalhadores sem o menor respeito e dignidade. Vejamos cada caso.LimpindA empresa Limpind é uma contratada que desempenha serviços complementares no TEBAR (limpeza de bombas, valas). Em maio ocorreu o dissídio coletivo dos trabalhadores da Construção Civil, categoria que abarca os funcionários da Limpind. O Sindicato conseguiu o reajuste reivindicado (8%) de todas as empresas de sua base que atuam no ramo químico e petroquímico. Só a Limpind não deu.De lá para cá as negociações começaram. "Tivemos várias reuniões e só optamos pela greve porque a empresa se nega a avançar em nossas reivindicações", explica o diretor do Sindicato da Construção Civil, Antônio Carlos Silveira Monteiro.O que os trabalhadores em greve exigem é o reajuste de 8% - a empresa só quer dar 6.74% - e equiparação salarial de acordo com o piso salarial de outras empreiteiras da região - em torno de 7.5%. Somando as duas reivindicações o reajuste ficaria em 15.5%.Pelo fato de não atender os trabalhadores, a Limpind já começou a pagar multa diária para a Petrobrás, pois já se passaram os 5 dias de teto que a empresa oferece às terceirizadas resolverem problemas de greve ou paralisação."Vamos estourar o dissídio coletivo e jogar nas mãos dos tribunais. Nossa equipe jurídica está entrando com ação na 15ª Região de Campinas e agora a negociação será na justiça", informa Monteiro. A greve segue por tempo indeterminado.ManservPois é. A Manserv ataca outra vez.A Manserv é uma empresa ligada à construção civil e atua na área de manutenção em caldeiraria. Por isso seus trabalhadores são filiados ao Sindicato dos Metalúrgicos de Santos e Região.A pauta de reivindicação corresponde a demissão de dois funcionários na sexta-feira passada, dia 17. O reajuste salarial, que não acontece há 20 meses, é outra reivindicação e um grande problema. Em agosto de 2008 a justiça obrigou a Manserv a reajustar os salários em 11%. A empresa não cumpriu a decisão. O caldo engrossou. Os trabalhadores fizeram uma paralisação em abril deste ano reivindicando mais de 11% porque o valor tinha relação com o ano anterior, estava defasado. Ficaram com 5%.Nesta greve a situação é parecida. Agora o reivindicado dá conta de todo este tempo sem reajuste. "Vamos discutir com os trabalhadores a porcentagem de aumento salarial mais justa, que cubra todo este tempo sem aumento", informa o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Florêncio Rezende de Sá, o Sassá.Para variar os trabalhadores reclamam da falta de estrutura e condições de trabalho. Também, querem a garantia dos empregos. A greve continua até o dia 27."