Trancaço paralisa administrativo por soberania, salários e direitos

Após quatro dias de negociação do Acordo Coletivo com a empresa, sem qualquer contraproposta às reivindicações formuladas pela categoria petroleira, a diretoria provisória da Frente Nacional dos Petroleiros (FNP), ao lado de militantes de outros sindicatos e estudantes da baixada, paralisaram no inicio da manhã de hoje o prédio administrativo da Petrobrás, o EDISA I - Centro de Santos/SP. O movimento foi um ato nacional da campanha O Petróelo tem que ser nosso!" e uma forma de pressionar a empresa para o ACT 2009.O que reuniu militantes e diretores do Centro de Estudantes de Santos, do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista e Servidores Municipais de Santos com a categoria petroleira foi a certeza de que na baixada - pólo central do pré-sal - não passarão batidos os abusos, as práticas de flexibilização e perseguição da Petrobrás.Nas falas ao microfone, diretores dos seis Sindipetros da FNP presentes e da diretoria provisória da FNP, esclareceram e confirmaram que o compromisso não é com a empresa nem com o governo, mas com os trabalhadores. "O governo Lula deu continuidade à entrega das reservas de petróleo" alarmou Clarkson Araújo, diretor do Sindicato dos Petroleiros de Alagoas/Sergipe.Desde a lei 9.478/97 sancionada pelos tucanos no governo FHC, a Petrobrás se tornou uma grande fonte de lucros para os capitalistas estrangeiros. Ademir Gomes Parrela, coordenador- geral do Sindipetro-LP, insistiu que as reservas de petróleo são patrimônio do povo brasileiro e que sua exploração e os lucros não devem ter outro norte, a não ser o do investimento no país.Os diretores-presidentes do Sindipetro-RJ e de São José dos Campos, Emanuel Cancela e José Ademir da Silva, firmaram o caráter nacional do ato e o compromisso com a categoria. Cancela abordou que " mesmo em campanha salarial, há uma série de reivindicações juntamente com a questão salarial". Em sua fala, José Ademir reforçou que as reservas de petróleo encontradas na camada pré-sal já foram parcialmente leiloadas e que a necessidade da Petrobrás 100% estatal tem urgência.Setor administrativo na lutaCerca de 100 trabalhadores do EDISA I aderiram em peso à manifestação e não entraram no prédio até o fim do trancaço, às 9 da manhã. Alguns poucos "fura-greves" insistiram em manter a "espinha de borracha" com os patrões. O diálogo entre a classe trabalhadora ocorreu com tranquilidade e verve de reivindicação. Todos presentes foram convidados à atividade, na sede do Sindipetro-LP, de exibição do documentário " O petróleo tem que ser nosso" e de debate sobre o pré-sal.Em recente manifestação no mesmo EDISA I, muitos trabalhadores foram antipáticos à paralisação, com tensionamentos em alguns momentos. Porém hoje a coisa foi diferente. A grande adesão dos funcionários mostrou que a categoria petroleira está em luta!"