FNP rejeita proposta da empresa e indica greve unificada em outubro

Dia 30, quarta-feira, 9 da manhã. Todos os sindicalistas presentes na plenária nacional da FNP acabam de chegar do ato na Revap, com ânimo renovado. Começa a plenária nacional da Frente Nacional dos Petroleiros. As pautas são as mesmas do ato: o Acordo Coletivo de Trabalho e campanha "O petróleo é nosso!".ACT 2009Na terça-feira, pela manhã, as empresas que compõem o sistema Petrobrás apresentaram uma contraprosta às quase 200 cláusulas que apresentamos oficialmente no dia 25 de agosto.A proposta da empresa, entregue aos sindicatos pelo gerente de RH, é vergonhosa. Mais de 100 das cláusulas propostas pelo movimento sindical foram completamente ignoradas. As que não foram, ou são rigorosamente rebaixadas e ofensivas, ou são o óbvio ululante: repetições da legislação brasileira, da CLT e da Constituição Federal, ou direitos já conquistados pelos petroleiros através de outras lutas. Ou seja, direitos já consquistados e existentes figurando aos montes para encobrir os buracos profundos na resposta às reivindicações.A empresa propôs reajuste de 4,36% na tabela salarial - ou seja, aumento real zero para o petroleiro. Aplica também o mesmo índice no aumento do custeio da tabela do Grande Risco da AMS. Mantém a política de abono, reajustando em 5,93% a tabela da RMNR e oferecendo 60% em cima da remuneração normal - valores que, como sempre repetimos, não incidem sobre FGTS, décimo terceiro, férias, horas extras e cálculo previdenciário.Outras duas propostas foram consideradas uma fronta aos direitos dos petroleiros e petroleiras. Uma delas é sobre licença maternidade: a petroleira deve requerer, por intemédio de seu gerente, a extensão do período de licença por mais de 60 dias, uma espécie de institucionalização do assédio moral. A outra é a exigência de 10 anos de carência de contribuição à AMS para os petróleiros das novas gerações que queiram manter o benefício após a aposentadoria.Calendário de lutasA luta por um ACT justo já começou! Os trabalhadores do Litoral Paulista já decidiram, em assembléia, por entrar em estado de greve, aguardando o posicionamento dos petroleiros do restante do país. Em São José dos Campos, centenas petroleiros do turno, do admnistrativo e terceirizados paralisaram por uma hora o início do trabalho na última quarta-feira. No dia 9 de outubro, está programado um ato na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul.Alguns passos ainda serão dados; os outros sindicatos ligados à Frente irão realizar assembléias para pautar o ACT e propor uma greve nacional para o dia 15 de outubro, caso a empresa não responda favoravelmente às reivindicações até o prazo estabelecido, dia 13 de outubro.Contudo, é preciso avançar para um calendário unificado da luta petroleira, que vá além das bases da Frente Nacional dos Petroleiros! Neste sentido, a FNP irá propor à FUP a mesa única de negociação, bem como um calendário unificado de greves e paralisações.