As armadilhas da repactuação em números

Além do aumento de nível e PCAC, muitos associados estão conquistando na Justiça reajustes que chegam a 34% através da RMNR. Aos petroleiros amarrados na camisa de força da repactuação, restam os 6,41% do INSS

Mesmo com as inúmeras derrotas sofridas na Justiça, Petros e Petrobrás insistem em maquiar a repactuação como uma escolha vantajosa para tentar convencer aqueles que decidiram se desvincular da ativa que tomaram a decisão correta.

Até mesmo em cartas simples, como uma enviada recentemente aos assistidos tratando do reajuste do INSS de 6,41%, a Petros mantém nas entrelinhas a insinuação de que os repactuados estão obtendo ganhos significativos.

O que nem Petros e nem Petrobrás divulgam em seus informes é o volume cada vez maior de ações vitoriosas de petroleiros não-repactuados que estão conquistando na Justiça diversos benefícios, que somados superam tranquilamente o reajuste obtido pelos repactuados.

Além do aumento de nível em torno de 4% ao ano (2004, 2005 e 2006), totalizando só neste benefício 12%, muitos associados estão conquistando na Justiça os reajustes concedidos através do PCAC e até mesmo pela RMNR, neste último caso tendo trabalhadores que chegaram a conquistar um aumento de 34%. Ou seja, muitos dos que não repactuaram e decidiram entrar na Justiça para cobrar os seus direitos tiveram a chance de praticamente dobrar o benefício.

Longe de acabar, a má fé da Petros e Petrobrás já está sendo alvo de crítica da própria Justiça em diversas sentenças, que endossam as críticas da FNP sobre o fato de que a migração do plano de previdência representa na prática uma venda de diretos.

Numa dessas ações recentes, o juiz foi claro em afirmar que esta troca soa como uma indenização a ser paga pelo empregador para que o empregado abra mão de um plano melhor para inserir-se num outro plano de previdência menos vantajoso. Em suma, a parte abre mão de um direito em detrimento de outro, repactuando cláusulas do plano de previdência privada". Cabe aos sindicatos combativos continuar esclarecendo a categoria sobre os perigos desses ataques aos nossos direitos.

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