Em meio a problemas, produção de Mexilhão deve começar no início de abril

Falhas e atrasos frequentes no pagamento de horas extras; infraestrutura insuficiente para o número de petroleiros embarcados; abusos de chefes que desembocaram em casos de assédio moral.

Será em meio a esta realidade que a Plataforma de Mexilhão, projetada para ter o maior campo de gás natural do País, iniciará sua produção no início de abril - segundo declaração do Gerente Geral da UO-BS ao Jornal A Tribuna (veja matéria completa).

A plataforma, que irá produzir até 10 milhões de metros cúbicos por dia, foi instalada no campo de Mexilhão em novembro de 2009 e desde então tem sido um dos principais pontos críticos da companhia em nossa base; por consequência, alvo de constantes denúncias do Sindicato.

Além dos problemas já mencionados acima, sobram reivindicações dos petroleiros não atendidas pela UO-BS. Uma das mais recentes trata-se do Auxílio Deslocamento, benefício já praticado pela empresa na Bacia de Campos. O Dia do Desembarque, direito que também já era concedido aos petroleiros da Bacia de Campos, só foi conquistado após insistência e pressão dos trabalhadores e Sindicato.

Com investimento de US$ 3 bilhões (R$ 4,9 bilhões), o projeto de Mexilhão causa expectativa e certo frisson na região diante dos números promissores divulgados pela empresa. A estimativa é de que Mexilhão tenha a maior produção de gás natural do País, superando a média de campos como Roncador, Urucu e Manati.

Infelizmente, outra perspectiva de aumento é no número de problemas. Afinal, com a plataforma em pleno funcionamento, com produção em ritmo acelerado para cumprir metas de novos recordes, a tendência é de que os casos de abusos e irregularidades já existentes sejam agravados.