A fúria contra a Petrobrás

Por Marcel Farah, Advogado e Educador Popular

O governo federal detém a maioria dos votos da direção da Petrobrás. Por isso ela é uma estatal.

Quando Temer era presidente, rapidamente nomeou um presidente para a Petrobrás (Pedro Parente) que instituiu medidas de engessamento na empresa, entre elas: a paridade de preço de importação.

Essa paridade engessou a políticas de preços, impondo uma única metodologia de formação dos preços dos combustíveis, independente de quanto combustível produzimos aqui no Brasil. É como se o Brasil não produzisse uma gota sequer de petróleo, diesel, gas ou gasolina.

Curiosamente, hoje escutamos Jair Bolsonaro dizendo que não controla a Petrobrás, e junto com Arthur Lira, presidente da Camara, articula uma CPI para investigar supostas irregularidades na formação de preços dos combustíveis da Petrobras.

Ora, se eles controlam a empresa, por que dizem não controlar? Por que atacam a Petrobras?

Trata-se de encenação. É mais uma daquelas "cortinas de fumaça".

O primeiro motivo para essa encenação é livrar o governo da culpa pelo preço exorbitante dos combustíveis.

Mas, se querem se livrar, por que não mudam a política e dizem que não podem? É por que devem. Têm dívidas, com os maiores interessados na manutenção desta política. De alguma forma o governo Bolsonaro depende de uma aliança com interesses de outros países produtores e empresas petroleiras do mundo.

O governo Temer também era, afinal nomeou Parente que implementou políticas que retiraram autonomia da Petrobrás, como se ela não fosse uma empresa estatal.

Da mesma forma, alguns importantes atores políticos brasileiros têm a mesma postura, vide o empenho de comentaristas do grupo Globo, por exemplo, em dizer que a política de paridade de importação tem que ser mantida por que é a mais correta. Notem que nunca dizem por que é a mais correta. Apenas dizem que é por que é!

Voltando mais no tempo, podemos dizer que o golpe contra a Dilma também mirava a Petrobras. A Lava-Jato mirava a Petrobras!

O sistema mundo internacional não tolera que países de terceiro mundo assumam sua soberania sem que o enfrentemos. Enquanto formos sabujos e acreditarmos nas boas intenções de quem quer uma Petrobras privatizada, ou mesmo domesticada, continuaremos sob os interesses que determinaram nossos governos desde 2016.

Fonte: Dom Total