Por lambança da EOR Covid da UN-BS, situação se agrava ainda mais na P-69

Caos a bordo

Mais um dia de caos e incertezas para os trabalhadores da P-69. O surto de Covid-19 está se arrastando sem solução desde o último dia 12 de novembro. A ganância pela produção e a redução de custos tem mantido dezenas de petroleiros isolados nos camarotes e sem previsão de desembarque. Os trabalhadores com a escala vencida também seguem a bordo passando pela mesma situação.

A cada dia que passa as notícias da P-69 só pioram. Nesta quarta-feira (18), data em que a empresa tinha estipulado que iria desembarcar 11 contaminados por Covid-19, 30 contactantes e que também iria embarcar trabalhadores, para recompor postos vagos, e uma equipe de esterilização, nada aconteceu. A inércia se deu graças a uma lambança orquestrada pela equipe de Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) Covid da UN-BS.

A previsão inicial era ter cinco voos disponíveis para a plataforma. O primeiro viria com alguns reforços para os grupos e equipe de esterilização. A previsão era que a força de trabalho chegaria cedo. O voo que desembarcaria os doentes deveria ser feito por um helicóptero aeromédico, mas a equipe da EOR Covid da UN-BS quis bancar a espertinha promovendo à boa e velha “economia porca”. Eles resolveram fazer um “bem bolado” e mandaram uma aeronave comum com os trabalhadores destinados a recompor a equipe de bordo e que na volta traria os 11 contaminados. O tiro saiu pela culatra.

No meio do voo, para a plataforma chegaram, ordens superiores para que os pilotos voltassem imediatamente. A orientação foi que os doentes só podiam desembarcar via aeromédico e isso deveria ser feito antes dessa equipe que se encaminhava a bordo.  Olha a burrada! Como é que iam embarcar uma equipe saudável antes de tirar uma doente?

Depois disso foi “ladeira abaixo” toda a programação do dia. O tempo que foi dispendido para mobilizar o aeromédico e o tempo chuvoso, no Rio de Janeiro, acabou fechando o aeroporto onde estava alocada a aeronave. No final das contas, o helicóptero ficou parado a tarde toda no heliporto à espera da reabertura do aeroporto. No fim da tarde, desembarcaram os doentes, mas os contactantes permaneceram confinados nos camarotes.

Os trabalhadores que deveriam também ter desembarcado no começo da semana seguem sem qualquer informação sobre quando poderão voltar pra casa. Isso tem gerado uma frustração geral e causou ainda mais apreensão nas famílias que aguardam a chegada dos petroleiros.

A força de trabalho da P-69 segue apreensiva porque não vê a hora de desembarcar e quem está em casa ou hospedado no hotel segue com medo de embarcar e também ficar doente.

O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, desde que soube do surto de Covid-19, vem acompanhando o caso de perto e dando todo o suporte para esses trabalhadores. Até o momento nem a UN-BS e nem a alta gestão da empresa notificou o Sindicato sobre o ocorrido. O silêncio e a omissão são as mesmas condutas adotadas na mesa de negociação com os gestores da Petrobrás que cismam em não negociar as pendências das plataformas e também não fazem nada de efetivo para combater a propagação do coronavírus nas unidades de terra e de mar. O negócio é “fechar os olhos” e manter seu lucro na produção mesmo que isso implique em perder o controle sobre a saúde e segurança dos trabalhadores.

 O Sindipetro-LP segue exigindo que seja emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e que a testagem após o desembarque seja implementada imediatamente. Além disso, quer que a empresa revise seu protocolo “pra inglês ver" que já provocou o adoecimento de milhares de petroleiros em todo Sistema Petrobrás e ceifou 19 vidas. A alta cúpula da empresa segue empenhando um esforço sobre-humano para mascarar o estado calamitoso ao qual expõe a força de trabalho e fingir que isso tudo é apenas um surto de “gripezinha”.

Essa conduta negacionista não impedirá que o Sindicato siga denunciando e lutando pela categoria do Litoral Paulista! Força, trabalhadores da P-69!