Sindipetro-LP promove segunda setorial para trabalhadores da destilação

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Nesta segunda-feira (03), às 15h, acontece nova setorial com os trabalhadores da destilação. Em pauta, o processo de integração da destilação que vem sendo feito na “calada noite” e à revelia do Sindicato.

Esta é a segunda setorial promovida pela diretoria do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista. A primeira ocorreu na última sexta-feira (30). Apesar de não haver divergência entre os participantes e contar com a presença do nosso corpo jurídico, houve pouco adesão dos trabalhadores, o que é normal na primeira reunião. É importante que todos compareçam para barrarmos essa nova investida da empresa que só visa aumentar os lucros em detrimento da vida da força de trabalho e da segurança das comunidades próximas à refinaria.

Para participar basta comparecer à sede do Sindipetro-LP, localizada a Av. Conselheiro Nébias, 248, Vila Mathias, Santos, ou através de videoconferência

Entenda a situação
Desde o ano passado que a “rádio peão” vem dando conta do processo de unificação dessa gerência. Desde então, em reuniões da Cipa, os representantes do Sindicato questionam o tema, mas como sempre, os gestores da empresa prontamente negam e rechaçam que isso exista. Aquela boa e velha conduta de “negar até a morte”.

A realidade é uma só. O processo de integração está acontecendo de maneira pouco transparente. Na semana passada os trabalhadores do setor foram surpreendidos com o avanço do processo. Em um cenário de pandemia, com quadro funcional reduzido e jornadas excessivas, a empresa aposta em treinamentos precários para integrar as unidades aumentando a insegurança dos trabalhadores.

Há muitos anos as unidades de destilação, conforme descrito abaixo, são compostas por três grupos autônomos. Sendo assim, a força de trabalho se especializa somente para atuar em um grupo de unidades.

UC (05 postos) - Unidade de Destilação Atmosférica da C e Pré-Fracionamento (02 postos), Unidade de Destilação a Vácuo da C (01), Painel (02 postos)

UV (03 postos) - Unidade de Destilação Atmosférica da V (01 posto), Unidade de Destilação Atmosférica da V e UTG (01 posto), Painel (01 posto)

UN (03 postos) - Unidade de Destilação Atmosférica da N (01 posto), UP (01 posto), Painel (01 posto)

A questão mais danosa com toda essa mudança é a segurança dos trabalhadores e da planta. Se o processo for concluído, o petroleiro terá que fazer rodízio por até 11 postos de trabalho e a chance de cometer um erro com um volume de informação que se tem que absorver é preocupante, além de precarizar muito a especialidade. Os riscos de acidente e lesão aumentarão, assim como os de acidente de processo como, por exemplo, uma explosão.

Essa não é a primeira movimentação da gerência da unidade. Nos anos 2000 houve uma tentativa de promover esse mesmo processo de integração com um quadro antigo. A investida foi barrada por uma ação judicial e a empresa teve que recuar. 

Não satisfeitos com o intento, em seguida foi implantada a Organização e Métodos de Trabalho (O&M). A destilação foi a gerência que mais sofreu com uma redução proporcional de vagas que acabou trazendo insegurança até hoje. O quadro funcional ficou da seguinte forma:

UC - de 07 para 05, redução de 29%

UV-  de 05 para 03, redução de 40%

UN- de 04 para 03, redução de 25%

Total de gerência - de 16 para 11, redução de aproximadamente 1/3 (31,25%)

Mesmo a O&M ainda estando sob julgamento, a empresa insiste em implementar uma integração.

A RPBC é a refinaria mais antiga de todo sistema Petrobrás, do início dos anos 60. A empresa cisma em tentar comparar a unidade com refinarias que contam com plantas mais modernas e mais automatizadas onde existe esse tipo de sistema integrado, mas que não condiz com a nossa realidade, como é o caso da REVAP.

“Aqui é somente uma destilação integrada (atmosférica e vácuo). E foi construída nos anos 80. Não guarda nenhuma semelhança com a RPBC”, enfatiza o presidente do Sindipetro-SJC, Rafael Prado.

A refinaria de Cubatão estaria mais próxima do que hoje é a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, cujas unidades datam dos anos 70. “A REDUC possui 03 unidades de destilação, cada qual com um quadro de operadores específicos”, conta o operador e vice-presidente da CIPA (gestão  2019/20), Marcello Bernardo.

Por isso, fica difícil, para não dizer impossível, que os petroleiros e petroleiras se especializem em todos os postos da destilação. Por isso, é importante que os trabalhadores e trabalhadoras da destilação compareçam a sede e participem das setoriais.

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