Sindipetro-LP cobra Petrobrás por medidas mais eficientes frente à terceira onda do coronavírus

Fim do home-office e testes do ADM

O Sindipetro-LP se reuniu na quinta-feira (27) com os representantes da Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) da Petrobrás, para falar sobre o controle da disseminação do coronavírus nas unidades. A reunião contou com a presença da diretoria da FNP e representantes dos cinco sindicatos que compõe a federação.

No encontro, a representação da empresa afirmou que até o presente momento, o teletrabalho será mantido até o dia 30 de junho. Nesta semana (clique aqui), denunciamos a retirada das equipes de testagens do Edisa, e a movimentação para que 20% dos trabalhadores em home-office retornem para as atividades presenciais no prédio em 1º de julho.

O sindicato questionou sobre a suspensão dos testes de covid para entrada no Edisa Valongo, em Santos. De acordo com a última Nota Técnica (NT), não há indicação de realização de testagem para acesso aos prédios administrativos.

Ocorre que, apesar do Edisa ter função de prédio administrativo, também tem características diferentes, pois há sala de controle remoto de plataformas do pré-sal, com operadores que se revezam em turnos. Segundo o RH corporativo, essa situação será analisada, justamente pelo Valongo abrigar a sala de comando das plataformas.

O sindicato também questionou a decisão da RPBC de não testar aqueles que receberam a primeira dose da vacina. A diretoria do Sindipetro-LP cobra a testagem para essas pessoas, pois sem a segunda dose, que tem intervalos entre 28 dias (Coronavac) até 90 dias (Astrazenica e Pfizer) para ser aplicada, a imunização não está completa. O médico do coorporativo concordou com o sindicato, e disse que irá conversar com a gerência local da refinaria para garantir que os exames sejam feitos nesse pessoal.

De acordo com o laboratório responsável pelo desenvolvimento do primeiro teste de detecção do coronavírus em amostra de saliva no Brasil, o #PARECOVID, pessoas vacinadas que apresentarem sintomas de covid devem ser testadas, assim como quando precisarem entrar em ambientes que tenham pessoas não vacinadas.  O objetivo é proteger o ambiente. 

O Sindipetro-LP perguntou ainda se o EOR tem registrado entre os trabalhadores algum caso de reinfecção pelo novo coronavírus, ao que foi respondido que não. No entanto, é de conhecimento da diretoria que um trabalhador do Edisa foi reinfectado após quatro meses de ter sido diagnosticado com covid-19 pela primeira vez. O sindicato ira juntar documentação que comprove a reinfecção, demonstrando com isso que as medidas de contenção do coronavírus, bem como o levantamento feito pela empresa são falhos, com brechas que deixam todos expostos.

O Sindipetro-LP cobrou do EOR que atue para que a Associação Petrobras de Saúde (APS) crie um protocolo de transferência para os pacientes com covid que estejam precisando de um reforço no tratamento. Segundo relatos de trabalhadores que precisaram ser transferidos, as clínicas regionais demoram para conseguir vaga em outras unidades. Em um dos casos, somente quando a família do petroleiro buscou vaga pelo SUS que conseguiram transferi-lo.

Os riscos da terceira onda e de novas cepas nas unidades
Segundo o ministro da Saúde (MS), Marcelo Queiroga, o Brasil corre risco real de uma terceira onda, que pode ser tanto em razão do afrouxamento de medidas de restrição à circulação de pessoas e distanciamento social ou efeito de nova variante.

Nos terminais da Transpetro, na Alemoa, em Santos e do Tebar, em São Sebastião o risco é ainda maior diante do contato direto com trabalhadores de várias nações, de navios que chegam de toda parte do mundo.

Os trabalhadores das plataformas também estão expostos, principalmente no embarque e desembarque no aeroporto de Jacarepaguá. Diante de tantos casos e do temor do MS de uma terceira onda, é de surpreender que a gestão Silva e Luna mantenha os planos de volta das atividades presenciais e o fim do home-office, assim como é preocupante a continuidade do calendário de paradas de manutenção da Petrobrás, como a que está em andamento na UTGCA, em Caraguatatuba.

Os números atualizados indicam que no Brasil já ocorreram mais de 454 mil mortes, conforme dados do Painel Coronavírus do Ministério da Saúde.

Na Petrobrás, segundo dados do Boletim 58 de Monitoramento COVID-19 do Ministério de Minas e Energia, emitido em 24 de maio, saltou de 33 para 39 óbitos na empresa em apenas uma semana, sendo 25 em situação de teletrabalho, 13 em presencial e um em férias. Ainda segundo o informe, existem atualmente 227 trabalhadores confirmados e em quarentena, 47 hospitalizados, 6.562 recuperados, totalizando 6.875 casos.

Os atuais gestores da Petrobrás não estão preocupados com a segurança e saúde do trabalhador, estando mais alinhados ao pensamento do presidente da república, Jair Bolsonaro, que contraria o próprio ministério da Saúde.

Por isso é preciso que os trabalhadores estejam juntos com o sindicato em defesa de suas vidas. Só podemos contar conosco e com nossas mobilizações para conseguirmos barrar a pandemia no Sistema Petrobrás!

Denuncie qualquer irregularidade e se foi infectado, procure o sindicato para abrir um Comunicado de Acidente do Trabalho. É seu direito!