Parte dos trabalhadores da Provac consegue receber salários atrasados, mas VA continua pendente

A luta continua

Sem luta não há conquista é uma lição que os trabalhadores da Provac provaram que, na prática, funciona. Na manhã desta quarta-feira (09) os contratos relativos à facilities (manutenção predial, área verde e limpeza) receberam os salários atrasados. A paralisação realizada ontem (08) na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, surtiu efeito, mas a conquista não é completa já que o vale-alimentação ainda não foi quitado. Diante disso, a força de trabalho deliberou, em assembleia realizada pelos sindicatos da construção civil, metalúrgicos, petroleiros e de limpeza, que se o repasse não for feito até a próxima sexta-feira (11) será deflagrada greve a partir de segunda-feira (14).  

Para piorar o quadro, o Sindipetro-LP recebeu novas denúncias contra essa mesma empresa. Dessa vez, os chefes da Provac estão promovendo uma “grande farra” nos terminais da Alemoa, em Santos, e de Pilões, em Cubatão, onde também estão dando calote nos contratados.

É inadmissível que os gestores da Petrobrás tenham fechado contrato uma empresa desse “naipe”, prestando serviço de manutenção contínua, sem lastro financeiro que não consegue pagar os salários em dia e benefícios de quem realmente produz. A situação dos petroleiros terceirizados está de mau pior em todo o sistema Petrobrás.

Desde 2016 a lei da terceirização e a reforma trabalhista, orquestrada por Michel Temer, vêm balizando as contratações. Com a lei da terceirização, a responsabilidade das empresas contratantes diminuiu, deixando os trabalhadores à própria sorte, com salários reduzidos, muitas vezes com pagamentos atrasados, quando não, demitidos sem qualquer vislumbre de receberem seus direitos, prejudicados por empresa que declaram falência para não ter que pagar os trabalhadores.

A luta continua
Os contratos de logística, que são única e exclusivamente de responsabilidade da gestão da RPBC, ainda não foram pagos. Com a continuidade do calote, os petroleiros terceirizados, que laboram em regime de turno de revezamento, cruzaram os braços até que “o dinheiro caia na conta”.

Os sindicatos da construção civil e dos petroleiros estão dando total apoio a todos esses trabalhadores que nada mais querem o que é deles por direito -  o pagamento dos salários e benefícios.