Conheça as 5 refinarias com projetos em andamento que poderiam diminuir os preços dos derivados de petróleo

O futuro do refino no Brasil

Pelo menos 5 projetos de investimentos que somam uma quantia bilionária estão em andamento para a produção de derivados de petróleo de alta qualidade

Quem nunca ouviu falar que o Brasil é autossuficiente em petróleo? Essa marca vem desde 2015, quando o país passou a produzir o produto mais do que consome. Mesmo assim, a gasolina no Brasil é uma das mais caras do mundo. As duas principais razões dos preços acima da média desse combustível são: a política da Petrobras em basear o valor do petróleo com o mercado internacional e a necessidade da importação já que não há estrutura suficiente para o refino por aqui.

É através do refino do petróleo em que ocorre a separação dos seus componentes com base na diferença de faixa de ponto de ebulição das frações. É nesse processo em que se obtém uma variedade de derivados como a gasolina, óleo diesel, entre outros.

São nas refinarias onde o petróleo passa por esse processo até a criação dos combustíveis. No Brasil, existem pelo menos 14 unidades em operação, sendo 3 já vendidas, 5 aguardando a venda e 6 continuarão pertencentes à Petrobras.

Todas essas estão operando em sua capacidade máxima, considerando as condições adequadas de produção, segurança, rentabilidade e logística, mas com incapacidade de atender à demanda de combustíveis no país, existindo, portanto, a necessidade de comprar de fora.

Atualmente a gasolina é vendida no Brasil por preços 15% acima da média praticada em 170 países, de acordo levantamento feito no site da consultoria Global Petrol Prices. Em relação ao diesel, esse passará de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro já nesta terça-feira (10).

Mas, o que o Brasil poderia fazer para ser menos dependente da importação de petróleo e consequentemente diminuir a média de preços desses combustíveis? Segundo especialistas, algumas das alternativas seriam novos projetos ou mais investimentos em refinarias já existentes.

Atualmente, existem pelo menos 5 projetos de investimentos em refino que somam mais de US$ 6,1 bilhões através do Plano Estratégico de 2022-2026 da Petrobras, incluindo a ampliação da capacidade derivados do petróleo de alta qualidade, como o diesel S-10, de baixo teor de enxofre. Abaixo vamos detalhar quais obras estão em andamento para alavancar o refino no Brasil

5 projetos para alavancar o refino no Brasil
Conclusão da segunda unidade (trem) da Refinaria Abreu e Lima: As obras fazem parte do Plano Estratégico de 2022-2026 da Petrobrás. O projeto prevê que após a ampliação da capacidade de processamento da refinaria que fica em Pernambuco de 115 mil para 260 mil barris de petróleo por dia em 2027, elevando a capacidade de produção de diesel S-10 em 95 mil barris por dia.

Integração entre a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) e o GasLub ( Antigo Comperj) em Itaboraí: O projeto tem avançado para alcançar a capacidade adicional de 93 mil bpd de diesel S-10 e QAV, além de 12 mil bpd de lubrificantes de maior qualidade.

Nova unidade da Replan: As obras dessa unidade que fica em Paulínia, São Paulo, estão previstas para início ainda em 2022 com conclusão até o fim de 2025. O objetivo é produzir até 10 mil metros cúbicos (m³) do diesel S-10 por dia, ampliando a capacidade da Replan para 34 mil m³/dia.

Adaptações na Refinaria Duque de Caxias (Reduc): A unidade passará por reformas para ampliar a capacidade de produção e a qualidade do diesel fabricado no local. A conclusão dos trabalhos está prevista para o segundo semestre de 2023. A capacidade de produção de Diesel S-10 na Reduc deve passar dos atuais 5.000 m³/dia para 9.500 m³/dia.

Modernização da Revap: Na Refinaria Henrique Lage (Revap) localizada em São José dos Campos, São Pauo, também serão realizadas obras para adequação da unidade de hidrotratamento de diesel. As atividades do projeto na refinaria deverão ser concluídas até dezembro de 2025.

Unidades de refino pelo Brasil: quais já foram vendidas e quais esperam pela compra
Como adiantamos acima, das 14 refinarias que hoje estão operando, 3 já foram vendidas, 5 aguardam a venda e 6 continuarão pertencentes à Petrobras:

Refinarias já vendidas:

Isaaque Sabbá em Manaus (AM) pelo valor de R$ 994,15 milhões para o grupo Atem
Landulpho Alves em São Francisco do Conde (BA) pelo valor de US$ 1,8 bilhão ao grupo Mubadala Capital
Unidade de Industrialização do Xisto em São Mateus do Sul (PR) pelo valor de US$ 33 milhões ao grupo F&M Resources
Refinaria Potiguar Clara Camarão em Guamaré (RN) por US$ 1,38 bilhão à empresa 3R Potiguar S.A., subsidiária da 3R Petroleum Óleo e Gás S.A.

Unidades que aguardam serem vendidas:

Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste em Fortaleza (CE)
Refinaria Abreu e Lima no Cabo de Santo Agostinho (PE)
Refinaria Gabriel Passos entre Betim e Ibirité (MG)
Refinaria Presidente Getúlio Vargas em Araucária (PR)
Refinaria Alberto Pasqualini em Canoas (RS)

Unidades que serão mantidas pela Petrobrás

Refinaria de Paulínia (SP)
Refinaria Henrique Lage em São José dos Campos (SP)
Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão (SP)
Refinaria de Capuava em Mauá (SP)
Refinaria Duque de Caxias (RJ)

Dificuldade de refino do petróleo vindo do pré-sal X estrutura das refinarias
Boa parte das refinarias brasileiras foi construída nos anos de 1970. Naquela época, o petróleo utilizado aqui no Brasil era importado, sendo que apenas do tipo leve. Veio a descoberta e a extração de petróleo na Bacia de Campos, então as refinarias precisaram se adaptar para refinar o produto brasileiro, mais pesado.

A partir de 2007, o petróleo leve também começou a ser obtido no Brasil devido à descoberta das reservas do pré-sal, mas com características diferentes. Sem o conjunto de máquinas específico nas refinarias para a produção de combustível do derivado leve, o Brasil então passou exportá-lo. Portanto, refinarias projetadas para o refino do óleo pesado recebendo o óleo leve poderia ser um desperdício de recursos.

Fonte: Click Petróleo e Gás