Petrobrás desmobiliza EOR Covid 19 deixando um rastro de calote em 1 mil trabalhadores petroleiros

Denúncia

Após dois anos de pandemia, o RH da Petrobrás informou de decidiu desmobilizar a EOR-Covid-19. Os gestores enviaram ofício à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) enaltecendo o fim da “operação” que teve a participação direta de mais de 1 mil trabalhadores. A única coisa que esqueceram de citar foi o rastro de calote que deixaram ao longo desse período.

Há denúncias de que a EOR além de obrigar às pessoas a trabalharem não pagou um centavo sequer pela tarefa. A única coisa que souberam fazer foi convocar a força de trabalho em horários distintos à jornada de trabalho habitual e fora do que está preconizado no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria. Na teoria o pagamento das horas extras deve acontecer sempre no mês seguinte ao trabalhado, seguindo as mesmas regras do salário, mas pelo visto essa regra não existe na empresa.  

O prejuízo não para por aí! As horas extras refletem em aviso prévio, repouso semanal remunerado (alíneas a e b do artigo 7º da Lei nº 605/49), nas férias com 1/3 (artigo 142, § 5º da CLT), no 13º salário (súmula nº 45 do TST), no FGTS (súmula 63 do TST) e nos demais adicionais que o trabalhador receber. É lambança atrás de lambança.

A atual gestão da Petrobrás que segue à risca a cartilha fascista de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes cujo objetivo principal é enriquecer a custa do suor da classe trabalhadora e da retirada de direitos. Graças a essa conduta, os acionistas da Petrobrás “andam sorrindo à toa” já que  será distribuído um valor total de R$ 45,8 bilhões.

Fake news ... eles também promovem!
No mesmo ofício enviado pelo RH da empresa consta a seguinte informação: “A Companhia realizou centenas de reuniões e interações com as Entidades Sindicais sobre esse assunto, visando sempre a manutenção do diálogo e da transparência sobre as ações de enfrentamento adotadas pela Petrobras nesse período”. A moda da fake news chegou também na empresa.

A maioria das reuniões foi “pura enrolação”. Os gestores se negaram a tomar medidas realmente eficazes de combate à propagação da doença nas unidades de terra e mar. Os surtos de Covid nas plataformas e as mortes no Sistema Petrobrás são prova disso. Além disso, não emitiram CAT e muito menos divulgaram os números de contaminados e mortos para o governo.  

A conta da pandemia chegou, mas quem pagou foram os trabalhadores e trabalhadoras que tiveram que arcar com horas de trabalho desperdiçadas, com a saúde e, em alguns casos, com a vida.