Um ano após a morte de petroleiros, política negacionista da gestão da Petrobrás foi mais letal que a pandemia

Tristeza

O mês de junho é um período de luto e tristeza no Sistema Petrobrás. Na data mais três trabalhadores completam um ano de morte graças à política negacionista da gestão da empresa.  Os petroleiros morreram vítimas da Covid-19. Ricardo Cristelliera, era gerente setorial de poços e atendia as intervenções da Baixada Santista, morreu aos 44 anos, após duas semanas entubado. Everaldo era Engenheiro de Manutenção e dava suporte para a P-66. O técnico de manutenção da plataforma de Merluza, Renato Soares, morreu aos 58 anos, após ser contaminado enquanto trabalhava e ficar um período também entubado.

Desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou a pandemia, em março de 2020, a gestão da UN-BS e o alto escalão da empresa primaram em tomar medidas ineficazes e tardias como forma de prevenção a propagação do coronavíus nas unidades offshore. Haja vista os surtos constantes de Covid-19 nas plataformas e que foram prontamente “mascarados” pela gestão da UN-BS. O teste RT-PCR, que detecta o vírus, só começou a ser aplicado pela Petrobrás, muito limitadamente, e sem a devida efetividade, em 30 de março.

Os casos recorrentes de contaminação por coronavírus,  escala perversa de trabalho, assédio moral, e economia em nome do lucro fizeram parte da rotina diária dos embarcados. Além disso, a empresa permitiu a disseminação do vírus ao promover uma operação “tapa buraco” onde obrigava trabalhadores saudáveis a embarcar para suprir a demanda do quadro reduzido graças aos altos índices de casos positivos. Os seguidos alertas da categoria e sindicato para que a empresa adotasse medidas efetivas no combate à doença foram sempre  ignorados.

A responsabilidade pela vida da força de trabalho e dos petroleiros mortos é da Petrobrás, que ao ignorar as recomendações de manter apenas os serviços essenciais, POB baixo, negligenciar nas medidas de segurança também dos trabalhadores terceirizados e não ser rigorosa nas testagens dos trabalhadores embarcados, expôs todos os seus empregados. A política negacionista da gestão da Petrobrás e da UN-BS foi mais letal que a pandemia de Covid-19. Os gestores, mais uma vez, como em tantas outras, sujaram as mãos de sangue.