Mesmo após óbito, gestores seguem colocando trabalhadores sem treinamento para operar plataforma

P-70

A negligência por parte da gestão da Petrobrás e da UN-BS não tem limites. Dois dias após um petroleiro terceirizado morrer na P-19 por falta de treinamento adequado, a diretoria do Sindipetro-LP recebeu denúncia que na P-70 estão embarcando trabalhadores para operar a unidade sem capacitação e supervisão. A situação não é um fato isolado. Em outras unidades offshore o mesmo vem ocorrendo. Essa nova medida é para “conter” a greve da categoria que se avizinha. A gestão já está formando grupos de contingência “a toque de caixa” o que coloca a vida dos embarcados em risco. Para que qualquer petroleiro trabalhe na operação é necessário treinamento pelo período de seis meses e sob supervisão, mas como não tem vaga a bordo e o “bom e velho jeitinho brasileiro” impera esse procedimento não vem sendo cumprido.

Na P-70 a equipe que já está reduzida e com essa nova modalidade de “estágio” implementada pela gestão de RH, e geplats, o quadro ficou ainda mais enxuto. Para piorar a unidade está com alta demanda de trabalhos, comissionamento de sistemas, comissionamento de poço e a produção de 161 mil barris/dia em uma planta projetada para 150 mil. Essa conta não fecha.

O Sindicato já fez denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e enviou oficio à Petrobrás notificando essa prática ilegal. Em caso de um acidente envolvendo os trabalhadores ou maquinários a gestão da empresa e a justiça já sabem quem são os culpados por tamanho descaso pela vida e pelas unidades.