Litoral Paulista lamenta a morte do companheiro Vicentão que foi exemplo de luta para a categoria petroleira

Luto

É com profundo pesar que recebemos a triste notícia do falecimento de Vicente Mendonça de Lima, ocorrido no dia 30 de maio. Vicente, carinhosamente conhecido como Vicentão, foi um petroleiro aposentado que dedicou sua vida à Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, e à categoria petroleira e durante alguns anos viveu no assentamento Gue Guevara, em Pontal do Paranapanema, o mesmo que morou o líder sem-terra, José Rainha.

Vicentão foi uma figura emblemática na luta da categoria petroleira do Litoral Paulista. Ele esteve presente nas batalhas pelo turno de 6 horas e pela conquista dos 30% de periculosidade, além de ter contribuído significativamente para a união e fortalecimento de várias categorias. No entanto, foi no Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista que ele ganhou destaque pelo seu papel fundamental na greve de 1995. A história do sindicato se confunde com a própria trajetória de vida de Vicentão.

Durante o período sombrio da ditadura, Vicentão militou incansavelmente pelos direitos dos trabalhadores. Em 1995, foi uma parte atuante da histórica greve que marcou a categoria petroleira. Seu comprometimento e espírito de solidariedade inspiraram a todos que estavam ao seu redor.

É impossível falar sobre a greve de 1995 sem mencionar o papel fundamental que ela desempenhou na vida dos petroleiros. Foi uma luta árdua e corajosa, que resultou em importantes conquistas para a categoria. Vicentão foi um dos guerreiros que estiveram na linha de frente, enfrentando desafios e buscando melhores condições de trabalho e dignidade para todos os petroleiros.

A greve dos petroleiros de 1995 foi um marco histórico na luta pelos direitos e condições de trabalho dessa importante categoria profissional. Foi um movimento de grande relevância, que uniu trabalhadores de diferentes regiões do país em busca de melhores condições salariais e de trabalho.

Naquele ano, os petroleiros enfrentavam uma série de desafios, incluindo a ameaça de privatização da Petrobras, a falta de reajuste salarial e a ausência de uma política clara de segurança nas refinarias. Diante dessa situação, os trabalhadores decidiram se unir e exercer seu direito de greve como forma de pressionar por mudanças significativas.

A greve durou mais de um mês, mobilizando petroleiros em diferentes estados do Brasil. O movimento foi caracterizado por uma grande adesão e organização, demonstrando a força e determinação dos trabalhadores em lutar por seus direitos.

Durante a greve, os petroleiros enfrentaram diversos desafios, desde ameaças e pressões por parte do governo até a repressão policial. Mesmo diante dessas adversidades, eles se mantiveram firmes em sua luta, buscando o diálogo com a empresa e defendendo seus interesses coletivos.

Um dos aspectos mais marcantes da greve de 1995 foi a solidariedade e o apoio mútuo entre os trabalhadores. Barracas de apoio foram montadas nas proximidades das refinarias, onde os petroleiros se reuniam para discutir estratégias, fornecer alimentos e oferecer suporte uns aos outros. Foi um exemplo notável de união e resistência em prol de uma causa comum.

O papel desempenhado por pessoas como Vicente Mendonça de Lima, o Vicentão, foi de extrema importância nesse movimento. Ele cuidou incansavelmente da barraca de apoio, fornecendo sustento e apoio moral aos grevistas. Sua dedicação exemplar e espírito de luta são um símbolo da determinação dos petroleiros durante aquele período.

A greve dos petroleiros de 1995 resultou em importantes conquistas para a categoria. Após longas negociações, foram garantidos avanços salariais, melhores condições de trabalho e a preservação da Petrobras como empresa estatal. O movimento também deixou um legado de união e força, reforçando a importância da organização sindical e da participação ativa dos trabalhadores na defesa de seus direitos.

Hoje, olhamos para a greve dos petroleiros de 1995 como um capítulo fundamental na história da luta dos trabalhadores brasileiros. É um lembrete constante de que, mesmo diante de adversidades, quando nos unimos em prol de uma causa justa, podemos alcançar grandes transformações.

A greve de 1995 e o papel desempenhado pelos petroleiros, incluindo Vicentão, permanecerão como símbolos de resistência e inspiração para as gerações futuras. É essencial que esses feitos sejam lembrados e honrados, para que nunca percamos de vista a importância de lutar por condições dignas de trabalho e por uma sociedade mais justa.

Que os petroleiros de 1995 sejam sempre lembrados como verdadeiros heróis da classe trabalhadora, cuja coragem e determinação abriram caminhos para avanços significativos em suas vidas e na luta pelos direitos de todos os trabalhadores.

Neste momento de despedida, prestamos nossas sinceras condolências à família e aos amigos de Vicentão. Seu legado será eternamente lembrado, seu espírito de luta será uma inspiração para as gerações futuras. Que sua memória seja honrada e que sua contribuição para o movimento sindical e para a causa dos trabalhadores nunca seja esquecida.

Informamos que o velório de Vicente Mendonça de Lima ocorrerá amanhã (31) Velório A - Vila Mariana - Av. Lacerda Franco, 2012 – B,  com início às 10h e término às 14h. Em seguida, a cremação será realizada no mesmo local.

Vicentão, presente!