"Robin Hood às avessas"
O Sindipetro-LP participou, junto à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), da reunião realizada na quarta-feira (12), convocada pela Petrobrás, para discutir os impactos do desempenho financeiro e operacional de 2024 no pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da categoria petroleira. Durante a reunião, a empresa anunciou que o valor da PLR será reduzido em cerca de 30%, justificando a decisão por um prejuízo contábil registrado no último trimestre. Essa notícia gerou indignação entre os representantes sindicais, que questionaram a gestão sobre os critérios e pediram alternativas para compensar as perdas dos trabalhadores.
A disparidade entre os valores destinados aos acionistas e aos trabalhadores foi destacada como o principal problema. Enquanto os dividendos pagos aos acionistas em 2024 somaram R$ 102,6 bilhões, o montante da PLR foi limitado a R$ 2,27 bilhões, equivalente a apenas 6,19% do lucro líquido de R$ 36,6 bilhões. Essa diferença, segundo a FNP, representa um "Robin Hood às avessas", já que a manobra contábil não afetou os valores recebidos pelos acionistas. Outro ponto relevante que precisa ser ressaltado é a desigualdade entre gerentes e trabalhadores sem cargo. Embora os gerentes tenham sofrido cortes na PLR, os altos valores do Programa de Reconhecimento e Desempenho (PRD) garantem que o impacto para eles seja muito menor em comparação aos trabalhadores do chão de fábrica, que são os mais prejudicados.
Outro ponto levantado pela diretoria foi a divergência entre os dados apresentados no relatório da PLR e o Relatório de Produção do 4° trimestre de 2024, que informou que todas as metas do Plano Estratégico foram atingidas. Apesar disso, a empresa ajustou os indicadores para justificar a redução. Fabio Mello, diretor do Sindipetro-LP, destacou: "Quando falamos que a PLR tem que ser algo igual para todos, é para evitar o que aconteceu agora. Enquanto o PRD da alta gestão segue intocado, quem está no chão de fábrica arca com o prejuízo."
Diante do resultado dessa reunião, o Sindipetro-LP, em conjunto com a FNP, vai indicar greve e mobilização a partir de 26 de março, para garantir que os direitos dos petroleiros e petroleiras sejam respeitados.
Com informações do Sindipetro-RJ.
