Petrobrás envia proposta econômica para FNP. Cadê o ganho real e o PCAC?

Alterando unilateralmente a dinâmica tradicional das negociações de ACT, a Petrobrás não aguardou a reunião que acontecerá amanhã (28/10) com a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e Sindipetro-RJ para apresentar sua proposta econômica.

Na tarde desta quinta-feira (27/10), a companhia enviou aos sindicatos da FNP e Sindipetro-RJ sua proposição para as cláusulas econômicas.

Como já era de se esperar, a empresa apresenta como proposta um reajuste no salário básico de 7,23% (IPCA), tentando impor pelo 17º consecutivo mais um acordo sem ganho real. Para aqueles que acreditavam que antecipar o reajuste inflacionário facilitaria as negociações, tal proposta mostra a grande ilusão de tal perspectiva.

Além disso, uma das maiores reivindicações da categoria, a reabertura das discussões sobre o PCAC sequer é citada no documento, mostrando que a companhia simplesmente ignora a imensa insatisfação da força de trabalho.

Por fim, ainda consegue afirmar sem qualquer constrangimento que "a proposta econômica apresentada pela companhia somada aos diversos avanços sociais demonstra o empenho da Petrobras em atender aos anseios dos empregados e seus representantes." E diz que "a mesa de negociação se mostra mais uma vez fundamental para se chegar aos avanços no ACT."

Nós afirmamos justamente o contrário: fundamental é a construção de uma grande greve nacional entre as 17 bases petroleiras do país para mostrar à companhia que a categoria não se contenta com migalhas.

Nesta quinta-feira (28/10), a FNP cobrará da empresa uma resposta concreta para as reivindicações da categoria. Essa proposta é extremamente rebaixada e não contempla a vontade dos trabalhadores. No dia 29/10, sábado, será realizada uma reunião entre os sindicatos para apontar calendário de assembleias e indicação de greve.

Clique aqui e leia na íntegra a proposta apresentada pela companhia nesta quarta-feira (28/10)