Unânime, categoria do Litoral Paulista rejeita proposta da Petrobrás

Os petroleiros do Litoral Paulista rejeitaram por unanimidade a proposta de ACT 2008/09. A categoria concordou com o indicativo de rejeição da direção do Sindipetro-LP e da FNP, por considerar que a proposta é discriminatória, rebaixada e sem aumento real de salário.Na Assembléia de São Sebastião, os aposentados decidiram por acampar na porta do Tebar, caso a empresa não chame os Sindicatos que compõem a FNP para dar prosseguimento nas negociações. Já na sede, em Santos, a proposta foi de organizar um ato em frente ao Edise, no Rio de Janeiro, para pressionar a empresa.O Sindipetro-LP foi o primeiro Sindicato da FNP a rejeitar completamente a nefasta proposta da Petrobrás. Os outros cinco Sindicatos estão em processo de Assembléias. Nos Sindicatos do Rio de Janeiro, São José dos Campos, Rio Grande do Sul e Pará/Amazonas a rejeição à proposta foi aprovada parcialmente, faltando poucas Assembléias. Em Sergipe/Alagoas ainda não houve Assembléia.O engraçado é que ninguém da PUF apareceu na Assembléia do Litoral Paulista para justificar porque pelegaram, aceitando a proposta da empresa. No fundo, aconteceu o que já se sabia: traíram, mais uma vez, os trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas.Em Santos, foi aprovada uma moção de repúdio a maneira violenta com que a Polícia Militar, sob o comando do Governo Serra, tratou a manifestação dos Policiais Civis. Em greve, os Civis lutam por melhores salários, na medida em que a remuneração da categoria é a pior do país.O que queremosNessa última proposta, a empresa aumentou 1,07% o valor da tabela da RMNR e do valor de custeio da AMS; o auxílio almoço em R$ 47,00, a Gratificação de Campo Terrestre de Produção em R$ 5,00 e aumento da Gratificação Contingente para 100%.É aqui que o problema começa: entre os petroleiros, quem recebe o auxílio-almoço? No Litoral Paulista, por exemplo, apenas os funcionários das unidades administrativas terão este aumento. Ou seja, na RPBC, Tebar, Alemôa e Pilões, nada de benefício. Quanto à Gratificação de Campo Terrestre de Produção, nenhum petroleiro do LP tem direito a recebê-la. Este problema se estende a outros ítens da minuta da empresa que, na realidade, tornou-se um apanhado de pequenas reivindicações localizadas das bases petroleiras espalhadas pelo Brasil - e que não contemplam a totalidade da categoria. O Acordo Coletivo de Trabalho deve ser um instrumento de luta para equalizar os direitos dos petroleiros. Não devemos aceitar uma listagem enorme de propostas de soluções para pequenos problemas que devem ser tratados localmente.Parece até brincadeira. Sobre salário e recuperação das perdas, a empresa desconversa. E mantém a política da remuneração variável pelo aumento da Gratificação Contingente (abono). O Sindipetro-LP, junto com os outros cinco Sindicatos da FNP, não aceita outra coisa senão aumento salarial real. Nada de migalhas!ARMADILHAA empresa também está tentando misturar nas negociações do ACT o Acordo de Obrigações Recíprocas (AOR). Para quem não se lembra, o AOR foi assinado pela FUP em 2006 sem convocação de assembléias sobre o assunto em NENHUMA BASE petroleira!Dessa maneira, o pagamento do reajuste da parcela do INSS para os aposentados e pensionistas que repactuaram não depende da assinatura do Acordo Coletivo. Esta é mais uma tentativa da empresa de enganar os aposentados e pensionistas que repactuaram.