Gerência não cede após reunião na DRT e atrasos de 2h continuam na RPBC

A mesa-redonda realizada entre o Sindicato e a gerência da RPBC na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), na última terça-feira (12/03), não resolveu o impasse envolvendo a redução do quadro mínimo da unidade.

Diante disso, os petroleiros de turno seguem realizando os atrasos na entrada do expediente que, desde o boicoto do GG à reunião agendada para o dia 11 de março, passaram de uma para duas horas.

Mantendo a intransigência que tem marcado a sua atuação durante todo o processo, a empresa não cedeu às reivindicações da categoria e afirmou que se pronunciará sobre as exigências feitas apenas no dia 19 de março, quando haverá nova mesa-redonda às 13h30, novamente na DRT.

Durante a mesa-redonda, que contou com a presença de petroleiros da base, a empresa alegou que não se nega a negociar, mas defende a resolução do problema de maneira privada - o que se choca frontalmente com o que defende o Sindicato. Em nossa opinião, o debate não deve ser feito entre quatro paredes, mas sim da maneira mais ampla e transparente possível. Os trabalhadores, que foram afetados pela redução do quadro mínimo, têm o direito de participar das discussões.

Gerência dissemina confusão... Tanto na reunião, quanto em conversas informais com os trabalhadores na base, a gerência da refinaria tem disseminado a ideia de que o Sindicato é o responsável por travar as negociações. Para a companhia, o Sindicato, "ao fazer denúncias junto ao MTB, MP do Trabalho, e atuar judicialmente, inviabiliza a negociação".

Não entendemos de que forma o Sindicato pode ser responsabilizado por inviabilizar as negociações, uma vez que desde o dia 25 de fevereiro a categoria está em protesto sem uma única proposta concreta da companhia para o fim do impasse.

Além disso, lembramos a empresa de que os atrasos foram o último recurso utilizado pela categoria para forçar a negociação. Por diversas vezes, inclusive por meio de ofícios, solicitamos da empresa reuniões e estudos técnicos para a discussão do efetivo da unidade. Em todas as oportunidades a companhia não se manifestou, preferindo reduzir o quadro mínimo de maneira unilateral.

Vale ressaltar ainda que na mesa-redonda na DRT apenas o Sindicato elaborou uma proposta concreta. Nos comprometemos a discutir com a categoria a suspensão dos atrasos caso a companhia garantisse o retorno do 7º homem por grupo. Infelizmente, até hoje não houve resposta e a empresa, que diz estar disposta ao diálogo, desrespeita os trabalhadores ao afirmar com tranquilidade que irá se pronunciar apenas no dia 19.

...terrorismo e mentiras Se por um lado a empresa se recusa a atender as reivindicações dos petroleiros, por outro parece estar engajada em manchar a imagem do sindicato, jogando os trabalhadores contra a entidade a todo o momento. E o pior, com mentiras e terrorismo. Primeiro, assediando os trabalhadores a suspenderem o movimento e depois afirmando que havia um acordo entre Petrobrás e Sindicato para a redução do quadro mínimo. E, por último, dizendo na boca miúda que o Sindicato está lutando apenas pelo efetivo da URC e que somos nós os responsáveis pelo impasse atual.

Repudiamos e refutamos as informações ventiladas na base por todos aqueles que estão atuando como garotos de recado da companhia. Também exigimos, conforme denunciamos na DRT, que a empresa acabe com o assédio moral realizado pelos gerentes setoriais, que têm ido às unidades todos os dias para criticar o movimento.

Sabemos que reuniões diárias para espalhar esses boatos são realizadas pela gerência da unidade com seus subordinados. A Refinaria abriu uma batalha ideológica desleal contra nós com o objetivo de fragmentar a luta e enfraquecer o movimento. Não à toa, tenta dividir os trabalhadores dizendo que a luta é apenas pela URC e jogar a categoria contra o Sindicato, dizendo que a redução do quadro mínimo já estava acordada. Não, a luta é pelo aumento do efetivo de toda a unidade! A URC é apenas o começo e o sindicato jamais concordou em reduzir o quadro mínimo.

Neste sentido, após todos os fatos absurdos citados acima, fazemos uma pergunta: quem inviabiliza a negociação? O Sindicato, que defende uma discussão ampla e transparente com a categoria, ou a empresa, que assedia os trabalhadores, pede negociação privada e suspensão dos atrasos com reuniões que ela nem mesmo comparece? Os trabalhadores já têm a resposta.

Chamamos todos os petroleiros do turno a continuarem as mobilizações e os demais companheiros, sejam do ADM da refinaria, sejam das demais bases espalhadas pelo Litoral Paulista e pelo país, a prestarem toda a solidariedade necessária a uma luta que tem por objetivo garantir a segurança da unidade, dos trabalhadores e da comunidade.