A privatização homeopática de um setor estratégico: o SPO

Time que ganha, vence, dá lucro sempre, se mexe? Bem, claro que não, diria qualquer comentarista de futebol sobre qualquer equipe que está no topo da tabela. Afinal, está é a máxima: em time que se ganha, não se mexe! Mas a Petrobrás do país do futebol parece não saber disso. Ou será somente o Compartilhado da Regional São Paulo Sul que não sabe desta regra?

Bem, estamos vivendo dentro de alguns setores da Petrobrás uma verdadeira privatização homeopática, em que de forma bem discreta estão entregando atividades e setores lucrativos para empresas privadas (privadas mesmo!). Um exemplo é o setor de Despacho Aduaneiro da Regional São Paulo Sul que dá apoio a toda a região Sudeste, Sul, Centro Oeste e, em algumas situações especiais, pelo país afora.

Este setor tem mais de 40 anos de história e excelentes resultados para a companhia, gerando economia e lucro. O antigo NAIEX, que já foi GEDAD, SDA e agora SPO (Serviços Portuários), baseado em Santos (SP), está num processo de entrega de suas atividades (transição) para uma empresa privada que já há muito tempo, ao começar pelo Sul do país, vem comendo pelas beiradas e desta vez abocanhou o setor num contrato de quase R$ 1.000.000,00 - sendo válido por um ano, mas podendo ser prorrogado.

Agora, pasmem! Eles estão atuando dentro do Sistema Petrobrás utilizando nossas instalações e equipamentos. Esta empresa carrega procuração para atuar em nome da Petrobrás. Isso não seria arriscado? Com isso, resta uma pergunta: o que estes novos gestores estão querendo fazer? Ou, se eles sabem o que estão fazendo é de se imaginar que estão querendo reinventar a roda ou redescobrir o fogo, pois está na contramão de empresas como Nestle, Sadia e outras que estão criando seu próprio setor com pessoal próprio. Por que será?

Há algo de estranho debaixo da linha do Equador, pois querem mexer em algo que está dando certo há muitos anos. Aliás, será que a presidente Graça Foster tem conhecimento de tudo o que seus gestores estão fazendo?Ao invés de se acabar com um setor operacional, estratégico e entregar à iniciativa privada, que só busca o lucro e não se preocupa com a necessidade de adquirir experiência e conhecimento técnico sobre o que se importa e se exporta, não seria mais inteligente a criação de uma divisão de Logística e Comércio Exterior unificada no Brasil?

Graça Foster, time que ganha sempre e continua ganhando, não se mexe!