Verdades e aparências: Pasadena é só a ponta do novelo de linha

A crise da Petrobrás foi exposta a partir da disputa entre dois blocos, o governo do PT/PMDB e a oposição de direita (PSDB/DEM). Essa crise tem uma aparência e tem uma verdade, ou várias verdades. A aparência é o escândalo de corrupção. Mas, o problema da Petrobrás não se resume a isso.

Pasadena não se trata de um mal negócio ou de um lapso que alguns dos administradores, ou que uma má gerência cometeu. Desde FHC até o PT, a política do governo para a Petrobrás tem como finalidade o desmantelamento da companhia, para retirar o caráter estatal da empresa e avançar no seu processo de privatização. Leilões, endividamento, desinvestimento, intensificação da terceirização, arrocho salarial, retirada de conquistas e programas como o Procop, todas são medidas parte de um mesmo objetivo.

Para que essas políticas sejam aplicadas, necessitam de uma administração submetida ao loteamento de cargos, que vai desde o governo, a ANP, ao Conselho Administrativo e a toda gerentada. Por isso, a corrupção é uma das contradições inevitáveis.

A empresa funciona como um balcão de negócios, que favorece qualquer um, menos os trabalhadores e o conjunto do povo brasileiro. Além dos bancos e das multinacionais, favorece toda uma camada de novos administradores, novos homens públicos, que se beneficiam do contrato entre a Petrobras e suas empresas.

Por exemplo, Paulo Roberto, preso pela operação lava jato. Foi pego porque era um dos homens corruptos que se beneficiava do contrato entre sua empresa e a Petrobrás. É o mesmo caso do deputado Federal André Vargas e do ex-ministro da saúde, pre-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Alexandre Padilha.

As obras do PAC, em torno de 80% envolvem contratos de outras empresas com a Petrobrás e o Governo Federal. O Comperj, Suape, refinaria de Abreu e Lima, são várias Pasadenas. Podem não ter o mesmo valor de prejuízo, mas têm as mesma características, o superfaturamento.

Todos esses escândalos também estão relacionados com o problema das empresas na unidade de Sergipe e Alagoas. É o caso do projetão, nas empresas de sondagem, em Carmópolis. Também da planta de sulfato de amônia, na FAFEN. Ou da obra do porto em Maceió.

Fonte: Imprensa Sindipetro AL/SE