Petroleiro escapa da morte após tentativa de assalto no terminal Pilões

Fragilizados pelo descaso

A insegurança no terminal da Transpetro em Pilões quase foi fatal para um petroleiro da área da caldeiraria, na última terça-feira (22). O trabalhador seguia para o terminal Alemoa para buscar peças, quando dois homens, vestindo uniformes de empresa, tentaram abordá-lo. Assustado, o empregado acelerou o veículo que dirigia e por pouco não foi baleado, salvo pela lataria do vidro de trás do carro, que segurou o projétil, disparado na direção do motorista.

O horário da tentativa de homicídio foi por volta das 13h30, o que mostra que a insegurança na unidade não tem hora para acontecer e revela a fragilidade da segurança do local. A estrada de acesso a Pilões se tornou uma verdadeira armadilha para os trabalhadores que ali circulam. As más condições do asfalto e as lombadas obrigam os motoristas a reduzirem a velocidade, tornando-os alvos fáceis para a ação de bandidos. Após o incidente, a gerência do terminal solicitou à Prefeitura de Cubatão para remover as lombadas e recapear os trechos com buracos.

A vegetação ao redor do terminal e a falta de iluminação são agravantes que dificultam o monitoramento da Segurança. Segundo relatos dos funcionários, a Transpetro nega-se a instalar câmeras de monitoramento em locais estratégicos, já indicados pela Segurança Patrimonial, o que poderia ajudar na proteção dos trabalhadores.

A insegurança em Pilões é prova de que faltam efetivos para a segurança patrimonial. A situação é ainda pior graças à irresponsabilidade da Obser, terceirizada responsável pela segurança da unidade, que ainda demite trabalhadores com experiência de casa para contratar profissionais sem treinamento por menores salários, entre outros problemas, aceitos pelo gerente de contrato como normais.

Por sorte o trabalhador de Pilões não foi atingido por uma bala. Sorte essa que faltou ao vigilante Francisco Eduardo de Campos Filho, morto em 2014 durante assalto a caixa eletrônico na RPBC. Crime esse que até hoje está impune e que pouco serviu de exemplo para melhorar a segurança nas unidades do Sistema Petrobrás.

O mínimo que exigimos é que a Petrobrás seja rígida com as empresas patrimoniais contratadas, e para isso é preciso que seus funcionários sejam bem treinados, e suficientes para atender as grandes estruturas que a companhia possui. Qualquer desvio na condução desses contratos serão denunciados.

Também é fundamental que a Petrobrás seja responsável pelo entorno das unidades, intensificando as rondas dos seguranças, monitorando lugares problemáticos e realizando a manutenção das vias e iluminação dos locais.

Histórico de perigo
Os problemas com segurança em Pilões não é de hoje. Em 2009, cerca de 12 homens armados invadiram o terminal para assaltar o caixa eletrônico do local. Os bandidos renderam petroleiros diretos e terceirizados, que foram feitos reféns, amarrados e tiveram seus pertences roubados. Dias antes deste assalto, um grupo, possivelmente o mesmo, já havia tentado roubar o mesmo caixa, sem sucesso. Os crimes aconteceram mesmo com os inúmeros avisos que a Comissão de Segurança Interna do Terminal fez, alertando sobre a vulnerabilidade de Pilões a possíveis assaltos.

Em 2013, dois colaboradores do Setor de Manutenção de Faixas de Dutos da TRANSPETRO/Pilões foram atender um chamado de emergência, a de um morador da comunidade vizinha à faixa. Ao retornarem para o veículo, o encontraram com os vidros quebrados e seus pertences pessoais haviam sido furtados.

Mais recentemente, em 2015, um companheiro do ADM voltava para casa depois de um dia de trabalho, quando sofreu um sequestro relâmpago, o que é corriqueiro na região.

Com tantos fatos registrados e outros tantos que não chegam a nosso conhecimento, o que mais falta acontecer para que medidas simples, como instalação de mais câmeras de monitoramento e intensificação da segurança nos locais ermos sejam providenciadas?

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