Negociações com GG esgotam e petroleiros iniciam atrasos na RPBC

Viradinha

Após exaustivas negociações, com a categoria e o Sindipetro-LP aguardando pacientemente uma decisão positiva do Gerente Geral (GG) da RPBC sobre a viradinha, o GG manteve a decisão unilateral de retirar um direito adquirido pelos trabalhadores, ignorando uma reivindicação legítima. Diante disso, os petroleiros da refinaria iniciaram na manhã desta segunda-feira (11) atrasos no início do expediente.

Os atrasos seguirão em todos os turnos por tempo indeterminado, ou seja, até que a companhia volte atrás na decisão de cortar o “abono da viradinha”. A medida, tomada como retaliação à greve de 2015, se alinha à política de desinvestimentos da companhia ao cortar custos sacrificando os trabalhadores. Não por acaso, no atraso do turno das 15 horas desta segunda-feira (11) o GG recebeu uma sonora vaia dos trabalhadores como resposta à sua gestão na refinaria. Assista abaixo:

 

A deflagração dos atrasos, caso não houvesse avanço nas negociações, foi uma decisão coletiva dos trabalhadores nas setoriais realizadas no início do mês passado. Outra decisão, também aprovada nessas setoriais, foi acionar o Departamento Jurídico do Sindicato para que ele reivindique, via Justiça, o restabelecimento do “abono da viradinha”. A categoria não aceita negociar rebaixamento de direitos adquiridos e não concorda com a lógica segundo a qual quem deve pagar o preço da crise é a classe trabalhadora.

Nos causa indignação a política de “dois pesos, duas medidas” do GG. Para a categoria, retirada de direitos e truculência. Em benefício próprio, regalias e diversas benesses. Por isso, reafirmamos aqui a nossa sugestão de que os chefes ávidos por cortar custos – e nisso incluímos o GG - deem o exemplo, abrindo mão de regalias que a imensa maioria dos petroleiros mortais não tem acesso.

Atrasos nas demais bases
Entretanto, os problemas enfrentados pela categoria na base do Sindipetro Litoral Paulista não se restringem às demandas locais ou setoriais. Por isso, o atraso na manhã desta segunda também envolveu os trabalhadores do ADM da refinaria e durante toda essa semana as demais bases – como Alemoa, Pilões, aeroporto de Itanhaém, etc – também atrasarão o início do expediente para discutir o atual cenário da companhia.

Seja o calote na PLR, a demissão de 12 mil petroleiros diretos prevista no PIDV 2016, ou a venda de ativos, todas essas medidas fazem parte de um conjunto de ações que visam privatizar a Petrobrás aos pedaços, tornando a companhia cada vez mais atrativa ao mercado internacional. Esse é o símbolo do desinvestimento, que recai sobre os petroleiros também através de problemas aparentemente “locais”.

O PLS 131, aprovado no Senado e agora em discussão na Câmara dos Deputados, caminha neste mesmo sentido ao tirar da Petrobrás a exclusividade da operação do pré-sal e reduzir sua participação na exploração de nossa riqueza. Dessa forma, aproximando a companhia da estrutura de outras petrolíferas internacionais, a atual gestão pavimenta o caminho necessário para vender com mais força e facilidade subsidiárias importantes como Gaspetro, Transpetro e BR Distribuidora.

Precisamos nos unir para barrar todos esses ataques. Cada vez mais, se apresenta urgente e necessária uma nova mobilização nacional da categoria para apresentar uma saída dos trabalhadores para esta crise. Sabemos que não é fácil, mas consideramos essas iniciativas desta semana um primeiro passo importante. Vamos estar na porta de todas as nossas bases nesta semana para dialogar com os trabalhadores e articular coletivamente uma resposta para todos esses ataques.

Juntos, somos mais fortes!