Sindipetro percorre bases e realiza atrasos para organizar luta contra privatização

Mobilização

Desde segunda-feira (11), dirigentes do Sindipetro-LP iniciaram uma força-tarefa para percorrer as bases da Petrobrás no Litoral Paulista e conversar com todos os trabalhadores sobre a atual situação da companhia. O diálogo, realizado na entrada dos trabalhadores nas unidades, vem sendo feito através de atrasos para garantir o repasse de informações importantes ao conjunto da categoria.

Na RPBC, logo no início da semana, foram iniciados sem previsão de término atrasos de uma hora que envolvem a luta mais geral em defesa da Petrobrás, mas também uma reivindicação específica: “o abono da viradinha” (leia mais). Desde então, em todos os turnos vêm sendo realizado este tipo de protesto – aprovado durante as setoriais realizadas com os trabalhadores de turno no mês passado.

Na última terça-feira (12), diretores do Sindicato se dirigiram até o Aeroporto de Itanhaém, onde são realizados os embarques e desembarques dos petroleiros das plataformas de Merluza e Mexilhão. Com a visita ao local, foi possível dialogar com a categoria, ouvir sugestões e críticas e, dessa forma, construir de maneira coletiva e mais eficiente uma resposta dos trabalhadores para o atual momento da empresa.

Nesta quarta-feira (13), logo pela manhã, o Sindicato atrasou o início do expediente no terminal Pilões da Transpetro, em Cubatão (veja nas imagens ao lado). A paralisação envolveu petroleiros diretos e terceirizados, atingindo ainda um grupo significativo de 50 desempregados que desde as 6 horas da manhã se colocaram em frente à unidade na esperança de uma vaga de emprego. A procura ocorreu após a informação de que a IMC Saste irá assumir um novo contrato de manutenção na unidade.
 

Em todas as unidades, o Sindicato vem pautando diversas temas que convergem para um mesmo problema: o desmonte da Petrobrás e dos direitos da categoria, realizado por meio do desinvestimento; o PIDV 2016, que pretende demitir até 12 mil petroleiros diretos; a tentativa de impor PLR zero aos trabalhadores; a venda de ativos cada vez mais agressiva; o lobby para tentar derrotar os trabalhadores na luta judicial pela RMNR; enfim, todos esses ataques visam tornar a empresa mais atrativa ao mercado internacional e gerar receita aos grandes acionistas. Tudo isso, claro, à custa do patrimônio da companhia e dos trabalhadores.

De olho nesse furacão, a oposição de direita soube explorar a crise da companhia para tingir um cenário de terra devastada e assim justificar a privatização do nosso pré-sal. Foi dessa forma que o senador José Serra, do PSDB, pavimentou a aprovação do PLS 131 no Senado, que tira da Petrobrás a exclusividade da operação do pré-sal e a participação mínima de 30% na exploração. Para obter essa vitória, contou com a ajuda e acordo do governo Dilma (PT), que nada fez para evitar esse ataque que agora está em debate na Câmara sob o número 4567/2016.

A saída escolhida pelo governo Dilma (PT) para a crise do país, através do ajuste fiscal, é aplicada na Petrobrás com a tentativa de retirar direitos, vender ativos e precarizar as condições de trabalho. Não podemos permitir!

Sabemos que a luta é árdua, mas assim já era no ano passado. Ainda assim, com bastante trabalho de base e diálogo com os trabalhadores, pudemos construir a greve de 2015 após um longo e paciente trabalho de base que permitiu à categoria discutir e tomar o rumo de seu próprio destino. É isso o que pretendemos com o trabalho iniciado nesta semana de maneira mais contundente: conversar com os trabalhadores e discutir juntos uma saída para esta crise. Sem lutas não há conquistas!