Vazamento em caldeira revela problemas da terceirização em atividade-fim

Sucateamento no Terminal Alemoa

Poucos dias após as caldeiras da Alemoa passarem a ser operadas por empresa terceirizada, o sistema de reservatório de níveis dos equipamentos passaram a apresentar problemas, ocasionando derramamento de óleo, que vazou para o chão.

Diante do vazamento, ao invés de informar imediatamente o ocorrido, a empresa demorou mais de uma hora e meia para notificar a supervisão do terminal. Por sua vez, a Transpetro tampouco notificou o Sindicato sobre o que aconteceu, informação que só foi constatada após denúncias dos trabalhadores à representação sindical.

As caldeiras contratadas passaram também a produzir fuligem, o que não era constatado quando a produção do vapor era feita pelas caldeiras próprias da companhia, que deixaram de ser operadas há pouco mais de um mês.

Além da ilegalidade de terceirizar a operação de atividade fim, os riscos de manuseio das caldeiras por empresa e pessoal não qualificados colocam em perigo a segurança dos próprios contratados, dos demais trabalhadores e ameaça todo ecossistema que permeia o terminal da Transpetro, localizado em área de manguezais da região portuária de Santos.

A postura de não notificar a supervisão logo após o início do vazamento também revela que não estão definidos os limites de responsabilidade entre a empresa contratada e a gerência do terminal.

Os fatos relatados aqui foram apresentados em forma de denúncia à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo ( Cetesb). Os problemas apresentados em tão pouco tempo da contratação da terceirizada provam que a atitude do terminal em delegar a atividade de geração de vapor em sua unidade para outra empresa não leva em consideração os riscos ambientais que podem provocar uma má operação.