Sindipetro-LP envolve petroleiros do ADM no 22º dia de atrasos no turno

Mobilização na RPBC

Nesta terça-feira (10), os petroleiros que trabalham em regime de turno na RPBC completaram vinte e dois dias de mobilização. Com atrasos sistemáticos desde 11 de abril, a categoria vem desempenhando uma luta dura em defesa do abono da viradinha e de um quadro mínimo seguro na UT-2.

Essas duas pautas estão longe de representar um problema específico da refinaria. Assim como os problemas “locais” que atingem outras unidades do Litoral Paulista, são parte do desmantelamento do patrimônio da Petrobrás e dos direitos dos petroleiros que se dá através da política de desinvestimento. As medidas implantadas pela direção da companhia como resposta à crise não deixam de ser parte do ajuste fiscal aplicado pelo governo, que inclui justamente a retirada de direitos, a demissão de servidores e o corte de investimentos em áreas estratégicas.

Por isso, o que hoje se apresenta como uma reivindicação local faz parte de uma luta mais geral em defesa do emprego, dos direitos, da Petrobrás e do pré-sal. Na manhã desta terça, com panfletagem do jornal O Petroleiro e de boletim específico sobre o problema da UT-2, o Sindicato aproveitou para atrasar o início do expediente dos trabalhadores do regime administrativo, que também enfrentam problemas como o transtorno mais recente com o transporte da empresa.

Além de atualizar a categoria sobre temas como PLR, RMNR, PIDV e Petros, os dirigentes aproveitaram para reafirmar à categoria a necessidade de que os trabalhadores se mobilizem. “O trabalhador tem que lutar por seus direitos, como fizemos em 2015 com uma greve que foi vitoriosa sim, pois resistiu aos ataques da empresa ao nosso ACT. A luta vai continuar, porque a intenção é claramente privatizar a empresa. Todos os ativos estão à venda. O próprio PIDV, o ataque à nossa PLR, as condições inseguras de trabalho, fazem parte deste pacote de maldades”, esclareceu Adaedson Costa, coordenador-geral do Sindipetro-LP e secretário-geral da FNP.

Outro ponto abordado pelo Sindicato são os recorrentes casos de práticas antissindicais da empresa e de assédio moral. Frente ao processo de mobilização nas bases do Litoral Paulista, com destaque para o Tebar, em São Sebastião, e para a RPBC, em Cubatão, a empresa vem tentando responder com uma política de terrorismo sobre os trabalhadores. Restrição do acesso do Sindicato na refinaria e no Edisa Valongo, tentativa de suspender trabalhadores no Tebar são alguns dos fatos mais recentes que comprovam este cenário. “A única forma de combater essas medidas da empresa é a união da categoria. Se esconder neste momento, achar que esperar a tormenta passar é a solução não é a saída”, afirmou Adaedson.

Atividades
Com tantos desafios, a categoria tem à sua frente um calendário extenso de compromissos com o Sindicato. Dentre as atividades previstas, que incluem nesta semana as setoriais de terça (10) e quinta-feira (12) com os turnos da refinaria, há ainda Assembleia no dia 17 para discutir a situação da empresa e estratégias de luta; a realização do Congresso Regional do Litoral Paulista no próximo dia 28, como parte da preparação para o 10º Congresso Nacional da FNP; e a 2ª Caminhada em Defesa do Pré-sal e da Petrobrás no dia 29. Já no dia 2 de junho, na sede do Sindicato, Silvio Sinedino e Ronaldo Tedesco irão realizar palestra sobre a atual situação da Petros. Ambos são conselheiros eleitos do fundo de pensão.

É muito importante que toda a categoria se sinta responsável pela construção dessas atividades, pois quanto maior a participação dos trabalhadores melhor e mais efetiva será a resposta do Sindicato para a conjuntura.