Ampliação da UTGCA fica parada por determinação gerencial

Antes tarde do nunca

Depois de ter sido anunciado pela Petrobrás um déficit de 1,2 bilhões de dólares no primeiro trimestre de 2016, mais uma notícia choca os empregados da empresa, particularmente os que estão lotados na UTGCA.

Nesta semana, o gerente executivo representante da resistente Diretoria de Gás e Energia, determinou que as novas unidades da UTGCA permaneçam paradas por tempo indeterminado devido a problemas nas soldas da unidade.

É necessário dizer que essas unidades não têm sequer 3 anos de operação. Além disso, desde a época da partida, essas mesmas instalações apresentaram problemas graves de instrumentação em seus equipamentos, provocando diversos “trips” ou paradas repentinas.

Algumas atitudes e posturas dos gestores da Petrobrás, no primeiro momento, são assintomáticas, embora tenham total relação com essa problemática. Além disso, algumas perguntas se tornam corriqueiras, afinal de contas, alguns gestores eram responsáveis pelo acompanhamento e fiscalização de toda a obra. Claro que não cabe aqui fazer acusações, mas seria válido um balanço de tudo o que ocorreu desde o início desse malfadado projeto, se não para punir, mas para que, pelo menos, seja criado um memorial dos erros e acertos, para que os erros que foram cometidos, nunca mais voltem a se repetir.

O histórico de problemas remonta desde a partida das unidades. As unidades da chamada “Ampliação” demonstraram, desde o início, que não atendiam aos requisitos básicos e mínimos necessários para que se resguardasse uma operação segura no futuro. Essa unidade serviu para o engrandecimento injusto dos “incompetentes”, colocando os interesses da empresa de lado.

Essa “metodologia de trabalho” atrapalhou e continua atrapalhando a Petrobras, provocando uma gestão fraca, imatura e amadora, e colocando um ponto de vista enviesado a frente dos interesses institucionais, além de causar todo tipo de dificuldade e transtornos possíveis e imagináveis.

A UTGCA passa há muito tempo por diversos e graves problemas de segurança e que, invariavelmente, tem a gerência simplesmente fechado os olhos para isso. Tivemos no ano passado um grave vazamento de GLP que poderia ter levado a um acidente de graves proporções.

Outro exemplo do pouco ou nenhum significado que é dado à segurança na unidade:

Recentemente, foi implantado o sistema de emissão de PT, o SPT, e o impressionante é que estamos assistindo a um verdadeiro espetáculo de horrores. A gerência não concluiu ainda a total implantação do sistema, além de não ter criado o Grupo de Planejamento de Intervenções, peça chave para o bom andamento dos serviços. Como consequência, o que tem havido são diversos desvios, dificuldades enormes para liberar as documentações e consequentemente atrasos e insegurança nas atividades.

Já passou da hora de nos revoltarmos com essa conjuntura deplorável que está instalada na UTGCA. Uma situação insuportável de se ver: milhões de dólares sendo desperdiçado por irresponsabilidade e insanidade de um gerente arrogante. É vergonhoso o disparate, o corporativismo e a ingerência associados ao que sobra disso tudo: desperdício e insegurança generalizada. 

Temos que lembrar que no ano passado a UTGCA passou por vários acidentes com alto potencial de risco e que a direção do Sindipetro LP esteve reunida várias vezes com as gerências da unidade para cobrar e sugerir alternativas para a segurança da planta. Dentre as sugestões apresentadas, podemos citar a de que as plantas da Ampliação (UPCGN’s 2 e 3 e a UAPO 3) fossem paradas e que fosse constituída uma comissão externa para se fazer um “pente fino” nas unidades. Sugestão correta e mais sensata a se fazer, mas que infelizmente a gerência da UTGCA não acatou. O que nós vimos depois foram mais 2 vazamentos decorrentes de trincas de soldas nas referidas plantas, os quais poderiam ter ocasionado graves acidentes ou danos ao patrimônio de grandes proporções. Hoje vemos que os gerentes da unidade foram negligentes e omissos. Nesse sentido, foi sempre muito claro que a postura gerencial era a de “produzir a todo custo”, deixando a segurança e a integridade física dos trabalhadores em segundo plano.