Contratada da Alemoa cria monopólio de terceirização de atividades fins

Privatização

Como se não bastasse o governo, seja do PT ou do PMDB, querer privatizar a Petrobrás, esse processo está ocorrendo também por dentro da própria empresa. Num acordo entre empresas terceirizadas e os gerentes da Petrobrás, estão surgindo monopólios de terceirizadas, para que elas assumam atividades fins dentro da empresa.

Os gerentes de forma criminosa e ilegal repassam todo o conhecimento adquirido durante décadas nas mãos das empresas terceirizadas. Não somos contra os trabalhadores terceirizados, que ganham metade do que ganha um operador próprio para realizar o mesmo trabalho, em condições muito mais precárias e sem os mesmos benefícios historicamente conquistados pela categoria. Somos contra, sim, de pagamento de baixos salários e da exploração da mão de obra dos terceirizados, enquanto empresários, políticos, gerentes e diretores incompetentes faturam alto, pilhando a empresa.

Com a justificativa de melhorar o desempenho das operações e gerar uma economia para a companhia, os gerentes assinam contratos com empresas terceirizadas que estão assumindo de forma ilegal e mascarada as atividades fins da empresa.

Recentemente, as caldeiras próprias do terminal da Transpetro Alemoa, em Santos, foram desativadas e outras, portáteis, foram alugadas e estão operando com mão de obra terceirizada.

Sob a justificativa que a CETESB exigiu da Transpetro que eliminasse a fonte de poluição emitida pelas caldeiras próprias, os gerentes da Transpetro, de forma oportunista, aproveitaram para implementar a terceirização dessa atividade fim.

Quando o Sindicato foi questionar, a gerência (de forma desonesta) chegou a alegar que isso era comum em outros terminais Transpetro. Constatamos depois que isso não é verdade. O único local em que isso ocorreu foi em Vitoria no Espirito Santo, porém é impossível comparar o terminal de Santos com o terminal do Espírito Santo.

O quadro mínimo da operação do terminal está abaixo do considerado seguro para o desempenho das atividades, são dois operadores a menos por grupo do que o considerado seguro. A situação deve se agravar ainda mais com a saída programada até 2017 de mais cinco operadores, que aderiram o PIDV passado. Já com o novo PIDV, aberto para toda a categoria, 20 operadores podem deixar a empresa, ou seja, a situação é critica com relação ao quadro da operação de Alemoa.

Todo o contexto nos faz acreditar que a terceirização da caldeira ocorreu num momento oportuno para os gerentes. Sem exigir a realização de novo concurso para repor os operadores, ela terceiriza a operação das caldeiras e desloca os operadores próprios para outras tarefas.

O mais preocupante é que tanto no Espírito Santo quanto no terminal de Santos, foi contratada a mesma empresa terceirizada para a fabricação e operação das caldeiras. Isso sugere que está surgindo um grupo especializado que está conseguindo tomar a atividade fim de operação das caldeiras dentro do Sistema Petrobrás.

Essa é uma das faces mais perversas do desinvestimento aplicado na Petrobrás, desde o governo Dilma e agora aprofundado no governo ilegítimo de Temer. A empresa está sendo privatizada, completamente desmontada, e os petroleiros precisam assumir pra si a responsabilidade de defender este patrimônio.