Petrobrás anuncia PIDV para trabalhadores de subsidiárias

BR Distribuidora

Na contramão das necessidades do país, a Petrobrás informou que o Conselho de Administração aceitou proposta para a criação de PIDV especial para os empregados da BR Distribuidora, que será estendido aos funcionários de todas as subsidiárias colocadas à venda. Assim, o atual processo de desmantelamento da Petrobrás visa reduzir o seu tamanho para depois vendê-la. Prática que vem acontecendo desde 2013.

“De maneira preocupante, a Petrobrás segue assediando seus funcionários com planos de demissões gestados sem negociação com os sindicatos e sem apresentar um plano que busque repor seu quadro de funcionários”, disse Rafael Padro, Sindipetro-SJC e da FNP.

Para Rafael, Pedro Parente está se desfazendo do ativo mais valioso da companhia: seu (excelente) quadro técnico, com experiência de décadas, de quem construiu a maior empresa do país.

Mas, “se depender dos sindicatos, vamos parar tudo. Já rechaçamos esse entreguismo na década de 90 e não vamos aceitar de novo”, afirmou Emanuel Cancella, do Sindipetro-RJ e da FNP.

Um país que encolhe

Obviamente, que a privatização da Petrobrás é uma perda imensurável, segundo a direção da FNP, uma vez que o país é autosuficiente na produção do petróleo e o único detentor da tecnologia da extração do Pré-sal. Além disso, de acordo com a direção da federação, 15% do PIB nacional vem da empresa. “Imagina entregar isso para o capital internacional?”, questiona a direção.

A AEPET também não vê com bons olhos o PIDV. Para ela, o anúncio do PIDV específico é preocupante. Vale lembrar, segundo a Associação, o que aconteceu na Argentina, na década de 1990, quando o Estado vendeu a YFP à espanhola Repsol.

Segundo a AEPET, antes da venda, o governo propôs um agressivo programa de demissão que, segundo especialistas, nada teve de voluntário dado o contexto coercitivo no qual se levou a cabo esta política de demissões. As ameaças constantes das chefias eram moeda corrente no espaço de trabalho.

A AEPET conta que, fundamentalmente, os que não aderiam às demissões voluntárias eram fustigados com a demissão e a perda do benefício da indenização.

Por outro lado, os cursos de capacitação, outra estratégia de racionalização de pessoal, constituíram a antessala da demissão do trabalhador. Com esta política se afastava de forma definitiva o trabalhador do ambiente de trabalho. O trabalhador devia escolher entre diversos cursos de capacitação e a empresa arcava com todos os gastos. Os cursos duravam aproximadamente um ano. Entre 1990 e 1993,  75% dos trabalhadores haviam deixado a YFP, informou a AEPET.

Fonte: FNP