Hora de defender os campos maduros

Todos pela Petrobrás!

Na mira do desmonte pela nova equipe de velhos entreguistas, os campos maduros da Petrobrás estão no centro do debate atual sobre a “política de desinvestimento” da empresa. A crítica constante é de que a Petrobrás não tem capacidade financeira para manter esses campos operando, o que estaria gerando diminuição da produção, desemprego e afetando diversas regiões que dependem da cadeia produtiva desses campos. Assim, com a venda, a companhia teria dupla vantagem: faria caixa e “se livraria” de problemas. Será que é isso mesmo?

Atualmente, segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo), os campos que estão sendo ofertados faturam US$ 1,812 milhão por dia, ou seja, estão longe de serem deficitários, como apregoam alguns. Por outro lado, o valor a ser pago pelas estrangeiras por esses campos não refresca em nada o atual problema de caixa da Petrobrás. Quando se pensa em país, também não se trata de um bom negócio, pois as empresas interessadas na exploração desses campos já informaram que irão pleitear financiamento do BNDES.

Além disso, a Petrobrás é a empresa que mais investe em pesquisa, o que significa empregos, capacidade tecnológica e visão estratégica. De tudo que foi investido em pesquisa entre 2006 e março de 2016, a Petrobrás responde por 92,82% dos recursos investidos (R$ 4,322 bi) em 1.245 projetos. Para se ter uma ideia, a segunda maior investidora é a BG, com 39 projetos e R$ 193 milhões de investimentos (4,16% do total). No mesmo período, a Shell investiu míseros R$ 23,5 milhões, em cinco projetos).  

Operadora única
O movimento sindical defende que a Petrobrás continue a ser a operadora única dos campos porque é ela quem sempre fez os maiores investimentos. A operadora é a responsável pelas escolhas e os investimentos realizados, e é quem determina o tempo e o ritmo de produção, ou seja, pode utiliza a capacidade de produção de um campo a partir da política de desenvolvimento e não do anseio do lucro imediato, como fazem as multinacionais privadas.

No texto abaixo, confira diversos argumentos técnicos, econômicos e sociais para que a Petrobrás mantenha os campos maduros, reveja sua política de desinvestimento e lute para continuar a ser a operadora única dos campos – sejam eles terrestres ou marítimos do pré-sal. Mas para que isso ocorra é necessária a mobilização da categoria.

Paralisação em defesa da empresa e dos empregos
Todos sabem que a entrada de empresas privadas no setor energético significa desemprego, piores condições de trabalho para quem fica e constante risco de perdas de direitos.

“Não são apenas os trabalhadores dessas áreas que sofrerão com a entrega dos campos maduros, isso afeta toda a categoria petroleira e é por isso que estamos discutindo paralisações de solidariedade à greve de cinco dias que esses companheiros e companheiras irão realizar. O petroleiro tem que entender que o que acontece no Amazonas, afeta o trabalhador do Rio Grande do Sul, trabalhamos em uma empresa integrada, que tem de ser defendida em seu todo dos ataques privatistas”, afirma a coordenadora do Unificado, Cibele Vieira.

Por que a Petrobrás deve manter os campos terrestres e ser a operadora única

●Os campos ofertados produzem 18.472,06 bbl/d de petróleo, o que corresponde a um faturamento de US$ 1,8 bilhão ao dia.
●A Petrobrás assumiu o risco exploratório, fez o desenvolvimento tecnológico e do conhecimento geológico das bacias.
●A eficiência da Petrobrás é comprovada pelo altíssimo índice de sucesso exploratório e pela alta produtividade dos poços.
●O nível de exigência e cuidados ambientais na operação da Petrobrás são maiores que as outras empresas do setor.
●A empresa tem facilidade de financiamento externo e interno. Apenas em julho de 2016 fez nova captação de US$ 3 bilhões.
●Possui reservas, corpo técnico qualificado, grande estrutura em plataformas, navios, terminais, gasodutos oleodutos, refinarias etc.
●Mercado cativo de consumo de derivados de petróleo (Brasil).
●A operadora é quem conduz os empreendimentos, o que proporciona a seleção e o desenvolvimento de fornecedores de bens e serviços. 
●Depois de 13 rodadas de licitações (leilões) da ANP, a participação das estrangeiras na produção de petróleo e gás é muito pequena, a Petrobrás responde por 92% da produção nacional.
●As empresas estrangeiras não fizeram grandes investimentos no Brasil. Todas as 29 encomendas nos estaleiros nacionais foram da Petrobrás.
●A Petrobrás como operadora e conduzindo os empreendimentos possibilitam que mais e melhores empregos sejam criados no Brasil. 
●Ampliação do parque tecnológico: investimentos totalizam mais de R$ 1 bilhão em parcerias com universidades e várias empresas, mais geração de 5 mil empregos.
●A presença da Petrobrás atraiu empresas de grande porte (nacionais e estrangeiras) para esses polos, gerando desenvolvimento econômico e social.
● A empresa foi premiada pela terceira vez pela OTC Distinguished Achievement Award, concedido nos EUA para empresas que desenvolveram tecnologias inovadoras para a produção de petróleo e gás.

Fonte: Sindipetro/Unificado-SP