Diretor da AEPET/FNP critica postura entreguista de Pedro Parente e seus ataques no ACT 2016

Carta Aberta

Inacreditável esperto e mágico gestor. É sobretudo importante relembrar-lhe: o Senhor já demitiu e reduziu o salário de milhares de petroleiros terceirizados, paralisou investimentos estratégicos nacionais. Gestado no setor público e enriquecido nas relações privadas escolheu, por óbvio, aumentar seu patrimônio seu 'networking' global, gerindo interesses políticos de fortunas e oportunidades privadas, recuperando prioritariamente o lucro de acionistas e rentistas nacionais e internacionais, querendo nos empurrar o déficit fiscal do governo através do entreguismo econômico e aumento da mais valia dos nossos direitos para o rentismo nacional e internacional.

Na ilegitimidade política de um governo golpista e fortemente suspeito de corrupção, fatos da operação Lava Jato. Governo liberalrentista a qual serve desde primeiríssima hora. Tudo nacionalmente estratégico indo acelerado, na calada cinzenta e no afogadilho para xepa mundial do petróleo. Até outras estatais estrangeiras compram os ativos valiosos da Petrobrás, muito satisfeitas. Os fundos abutres fazem a festa. A banca engorda e a grande mídia respalda e vende a ideologia da quebradeira da descobridora do pré-sal brasileiro.

Entretanto, seus trabalhadores são reconhecidos ganhadores de inúmeros prêmios técnicos internacionais no setor petroleiro. A quem serve ? Parente, o Senhor tem que explicar aos petroleiros por que paga 20 bilhões para o BNDES, empenha 550 milhões para comunicação corporativa, vende em gabinetes fechados o patrimônio petroleiro da Petrobrás no Brasil e no exterior, a preço de um refrigerante um barril de petróleo do pré-sal, vende seus fluxos milionários de caixa futuro a interesses de outras corporações etc, quiçá a interesses et caterva. Tudo suspeito, notificado e rejeitado primariamente no Judiciário, MP e TCU comprovadas em diversas ações principiadas pela Federação Nacional dos Petroleiros - FNP, mas todavia continua nos afirmando que a Petrobrás está quebrada, e portanto deve-se eliminar mais direitos trabalhistas e previdenciários e sequer pagar a inflação passada aos petroleiros.

E nossas famílias, vivemos de que ? Seu Parente esperar o debate nacional e o resultado das urnas para tanto e para quê ? Seu partido PSDB foi rejeitado, neste projeto, nas urnas, desde 2002.

A última no mandato de 2014, em golpe jurídico-parlamentar usurparam o poder. O povo é que não sabe escolher e votar, não é mesmo? E os empregos, salários e direitos dos petroleiros terceirizados e trabalhadores das atividades interligadas a cadeia de valor do petróleo, demitidos aos milhões ou os que ainda sobraram, reduzidos seus direitos a migalhas ? E estes milhões de famílias estão a viver de que ? Quais são as escolhas e destinos destas rubricas economizadas e fluxos de caixa que o senhor vem perfazendo em sete meses ?

São as quais já criticamos nas nossas Comissões de Base, Sindipetros, Federações e AEPET ? Na agudeza suspeita de gestor político privado, partidário e ex-ministro do apagão, responsável como presidente do CA da Petrobrás, nos idos do tucanato, pelo prejuízo das termoelétricas privadas no caixa da petroleira estatal - gestor confirmado de fortunas privadas, desde então.

O senhor é homem político da PRADA. Deve nos responder. Quem gosta de escrever deve gostar de ler, quem gosta de falar deve gostar de ouvir. Fazes assim ouvidos de mercador oculto e determinado que és. Longe estás da legitimidade política que buscas com fervor perante aos petroleiros. Venha para o debate econômico e democrático ao invés de enviar-nos rotineiramente cartinhas pessoais ou via sua direção; dogmáticas, com chavões corporativos e superficiais.

Ademais, tenta nos intimidar com notificações judicias contrárias aos questionamentos e rejeições legítimas das nossas organizações classistas. Neste sentido, o TST acaba de lhe rejeitar procedimentos suspeitos de conclusão unilateral de negociação trabalhista, recomendando-lhe assim a volta à mesa para uma negociação transparente com os sindicatos.

Os Sindieptros e suas Federações, após quatro enrolações, afirma o que é votado pelos petroleiros nas centenas de assembleias realizadas: o NÃO à prática velhaca e covarde de retirar o 'bode da sala' atacando nossos direitos trabalhistas e oferecendo reajustes abaixo da inflação à la 'Casas Bahia'. Nem ao corpo gerencial preparado e bem intencionado sua desfaçatez abduze.

Ao corpo técnico, já afirmou, e não convenceu a ambos. Nestas inúmeras assembleias, manifestações, movimentos e greves, transparentes e públicas não apareceu um sequer da sua corte gerencial para defender publicamente seu projeto e seus argumentos. Por que será ? Venha para mesa negociar, saia do gabinete, da proteção presidencial e da oportunista corte que lhe cerca.

Venha para mesa Seu Parente debater com o corpo técnico capacitado dos petroleiros, não comande com vara política a sua corte, nos explique e nos convença tecnicamente e presencialmente na mesa de negociação e nas nossas assembleias os seus nobres propósitos trabalhistas e corporativos para os petroleiros.

Afora, nesta carta, toda a fundamental questão da banalidade da corrupção, opressão e sangue fratricida que permeia a história do petróleo no mundo, perante aos povos de países periféricos. O Brasil do pré-sal é a bola da vez. Sabemos.

 Somos Petrobrás, a do povo brasileiro. Nos respeite, nós também somos determinados, lembre-se: 03/10/1953!

Arthur Ferrari - Petroleiro. Diretor do Sindipetro RJ / FNP Diretor da AEPET