Petrobrás não apresentou proposta, mas afirma que vai avaliar as reivindicações da FNP

Desfecho da reunião sobre ACT

O desfecho do impasse que assola o ACT está, agora, nas mãos da Petrobrás, que não apresentou nova proposta para os trabalhadores. No entanto, salientou a importância de ouvir a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), a fim de chegar a algum acordo.

Durante reunião, os diretores da FNP ressaltaram que não vão aceitar uma proposta rebaixada. A FNP é contra a retirada dos direitos trabalhistas e previdenciários, contra a retirada do PLR, do abono e defende o direito à reposição da inflação e aumento real para os petroleiros. Além de ser contra o desmonte do Sistema Petrobrás (sem licitação) e da venda de ativos.

Na mesa de negociação, a FNP deixou claro que não tem pressa para colocar em prática redução de jornada, que dever ser feita sem redução de salário. Para ela, esta proposta deve ser discutida nas comissões. Ainda para a direção da Federação, a empresa tem condições de avançar no reajuste salarial.

A FNP também ressaltou que os petroleiros não devem ter descontos ou punições por terem participado da greve, assim como abonar os dias de greve daqueles que partciparam da greve de 23 dias, no ano de 2015. A Federação também reivindicou que a empresa emplemente imediatamente a redução de jornada para as lactantes e que faça o reajuste no auxílio almoço, bem como retirar os processos que ela judicializou durante a greve.

Diante desta proposta de retrocessos, a Federação Nacional vai manter o calendário de mobilização e luta, previsto para acontecer em todas as bases, entre 9 e 16 de janeiro. A FNP também mantém proposta de encontro nacional dos petroleiros para reunificar e fortalecer a unidade de ação da categoria.

Nesse sentido, enviou um ofício nesta sexta-feira (6) para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), convidado todos os sindicatos que a compõem para participar do encontro e discutir a venda de ativos e o ACT. Para a FNP, o momento é importante para rever a política de defesa da Petrobrás e a verdadeira união da categoria em torno da soberania nacional.

A Petrobrás afirmou que vai chamar a FNP, nos próximos dias, para apresentar o resultado da avaliação sobre as reivindicações.⁠⁠⁠⁠

A falácia de Pedro Parente
Depois de movimentar mais de 312 Bilhões de reais, adquirir cerca de 140 Bilhões de reais em serviços e materiais de terceiros, subtrair custos de depreciação e amortização no patamar de 37 Bilhões de reais e receber cerca de 4 Bilhões (receitas financeiras e equivalência patrimonial) chegou-se aos 138,92 Bilhões de reais de riqueza criada pela Petrobrás até o terceiro trimestre de 2016. Apesar disso, ela mantém uma proposta que não repõe nem a inflação para os seus trabalhadores.

De acordo com boletim “Petroleiros Base RJ”, como nos anos de 2014/15, agora, em set/2016, a Petrobrás decidiu por proceder impairments/reavaliações de ativos com premissas especulativas. Em 2014/15, de câmbio e preço do barril de petróleo desvalorizados; e em set/2016, foram incluídas taxas de juros mais onerosas. Assim, a direção da Petrobrás construiu prejuízos contábeis, ao que parece, para justificar a privatização da Petrobrás, facilitar o plano de venda de ativos, mas também conservar dentro da empresa os recursos criados ao longo dos anos a fim de, tanto diminuir a necessidade de maiores captações de recursos com a oneração das taxas de juros vinculadas, quanto fazer frente aos seus investimentos e assegurar aos credores as amortizações de sua dívida.

Segundo eles, novamente e fundamentalmente, devido aos impairments, a Petrobrás registrou prejuízo contábil no 3º Tri/16 (R$ 16,458 Bi). Este indicador não expressa a contribuição econômica da Petrobrás ao País, sua boa condição operacional e sua capacidade de investimento e pagamento.

Os números que a Petrobrás vem apresentando desde 2013, passando por 2014/15 e apresentados, agora, no 3º Trimestre/2016 revelam crescentes resultados econômicos e operacionais apesar das manobras contábeis que têm impedido que isso fique claro para todos.

Para a base petroleira do RJ, os prejuízos contábeis não são da Petrobrás, mas contra a Petrobrás, pois escondem os resultados criados para o país e desmerecem todo o trabalho e competência desenvolvidos e aplicados, impedindo a sociedade de saber o verdadeiro valor dessa empresa para a economia e desenvolvimento nacional.

Prejuízos, por enquanto, só contra os trabalhadores e a manutenção de uma empresa de energia integrada, pois Bancos, Governos (Federal, Estadual e Municipal), Empreiteiros têm garantido seus ganhos do trabalho da Petrobrás. (Leia a matéria na íntegra)

Por isso, se faz necessário defender a empresa para garantir os empregos no futuro. Defender a Petrobrás é preservar o Brasil do retorno da usurpação dos bens naturais do país.

Segurança
Ainda nesta sexta, a FNP enviou um ofício para a empresa, solicitando que reavaliem o padrão de PT PG-2AT-00002-1, que teve alteração sem a devida discussão com as entidades sindicais ou força de trabalho. Exige também que se faça, imediatamente, discussões sobre o assunto.

Fonte: FNP