Petrobrás não soluciona transtornos em voos às plataformas

ano novo, velhos problemas

Um problema que se arrasta desde o fim de 2016 segue sem solução em 2017: o sistemático transtorno enfrentado pelos trabalhadores de Mexilhão e Merluza nos voos que realizam os embarques e desembarques através do Aeroporto de Itanhaém.

No último domingo (15), foram realizados alguns voos que deveriam ter acontecido na quarta e quinta-feira – quando estava programada as trocas de turmas. Entretanto, diante de uma manutenção não prevista na aeronave titular, alguns petroleiros chegaram a ter o desembarque adiado em até dois dias. 

No dia 13 de dezembro do ano passado, mais de um mês atrás, o Sindipetro-LP divulgou em seu site matéria denunciando os transtornos enfrentados pelos petroleiros de Mexilhão e Merluza. Com sucessivos erros e falhas nas aeronaves, o medo de um acidente iminente era – e segue sendo - grande. Só na primeira semana de dezembro, em ao menos três oportunidades a aeronave da Aeróleo Táxi Aéreo (empresa que substituiu recentemente a antiga prestadora deste serviço) apresentou problemas, gerando desde atrasos, cancelamento e transferências de voos por indisponibilidade de helicóptero.

Sintoma da apreensão generalizada que se abateu sobre a categoria, um manifesto foi lançado pelos trabalhadores de Mexilhão exigindo medidas urgentes. Por sua vez, o Sindicato enviou ofício à direção da companhia, no dia 6 de dezembro, reivindicando respostas e ações efetivas para dar fim aos sucessivos incidentes.

No dia 22 de dezembro, no prédio do Valongo, em Santos, dirigentes do Sindipetro-LP se reuniram com os representantes da empresa para tratar do assunto. Um prazo de três meses foi solicitado pelos gestores para que a empresa e sindicato avaliassem a correção dos problemas apontados. Infelizmente, num prazo inferior a trinta dias já é possível afirmar que a empresa está longe de equacionar um problema que afeta a segurança dos empregados.

Usando o mesmo discurso, Petrobrás e Aeróleo Táxi Aéreo alegam que os transtornos enfrentados pelos trabalhadores são fruto de uma política de segurança que ultrapassa o exigido pelas normas da indústria. Ou seja, em vez de se desculpar e garantir a imediata correção dos problemas, ambas preferem transformar tais erros em virtudes, em excesso de segurança.

O fato é que desde que o plano de desinvestimentos foi aprovado, a Petrobrás vem buscando cortar ao máximo os custos com a justificativa de gerar economia em áreas onde haveria gastos excessivos. Um discurso bonito, aparentemente correto, mas que na prática vem se demonstrando um desastre. No caso das plataformas de Merluza e Mexilhão, o problema mais crítico neste momento é justamente o serviço aéreo oferecido pela Aeroelo. 

A apreensão entre os petroleiros, que já vivem sob forte tensão ao trabalhar em alto mar, em regime de confinamento, está no limite. Todos estão a serviço da Petrobrás para vender a sua força de trabalho e ajudar a companhia a crescer e abastecer o país, não para correr riscos e viver sob medo. Solicitamos que os trabalhadores sigam comunicando o Sindicato sobre toda e qualquer anormalidade e insegurança nos voos realizados.