Enapetro cumpre propósito de debater principais problemas da Petrobrás

Contra ataques a direitos e retrocesso

O primeiro Encontro Nacional dos Petroleiros (Enapetro), realizado na sede do Sindipetro-LP, em Santos, no último domingo, 12, reuniu petroleiros de base, aposentados e pensionistas, representantes sindicais e especialistas em assuntos que seriam temas das palestras ao longo do dia.

O primeiro assunto abordado foi sobre a Reforma Previdenciária, ministrada por Daniel Romero, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Socioeconômicos – IBEPS. Com a reforma da Previdência, “para o sujeito ter direito a aposentadoria integral, vai ter que começar a trabalhar aos 16 anos de idade”, initerruptamente, durante 49 anos.  Na prática, “é como se o governo estivesse penalizando a população por estar envelhecendo. E pior, se a reforma for concretizada, vamos ter um país ainda mais desigual”, completou.

Em seguida, o debate foi sobre a situação da Petros. Agnelson Camilo, diretor do Sindipetro-PA/AM/MA/AP, Fernando Siqueira – AEPET e Silvio Senedino, conselheiro da Petros compuseram a mesa.

Christian Alejandro Queipo, engenheiro de Processamento Pleno da Petrobrás e vice-diretor Administrativo da Aepet, falou sobre a importância das fontes de energia não renováveis e afirmou que o imperialismo está por trás da apropriação do valor excedente do petróleo,  em busca da privatização da Petrobrás. “As sociedades usam a inteligência (e a violência) a fim de obter acesso as fontes de energia… em detrimento de outras sociedades e de todas as espécies que competem conosco por recursos”, explicou.

Posteriormente, Fernando Siqueira, vice-presidente da Aepet, um dos maiores especialistas em petróleo, discorreu sobre a importância do pré-sal para o país, que é desenvolver tecnologia, além de gerar empregos e tecnologias para as empresas nacionais. Caso o modelo de negócios da Petrobrás seja efetivado, conforme tem trabalhado Pedro Parente e diretoria, fechando parcerias e venda de ativos com multinacionais estrangeiras, perderemos mais do que a soberania, fecharemos milhares de vagas de empregos no Brasil. “As outras empresas trazem de fora o trabalho, o projeto e os equipamentos. Por isso, se uma multinacional explorar o nosso petróleo, o Brasil vai perder muito”, explicou o palestrante.

Contra a venda de ativos, a FNP, por meio da advogada do Sindipetro-AL/SE, Dra. Raquel Sousa, iniciou uma série de denúncias e ações para barrar os negócios fechados sem licitação pela Petrobrás com empresas estrangeiras. A advogada traçou os passos inconstitucionais da direção da empresa para entregar a Petrobrás aos estrangeiros. Ela também apresentou avaliações dos impactos das vendas dos ativos na sociedade brasileira. Mediante as ações, a Justiça concedeu liminares que têm barrado a venda de ativos.

Ao final, os trabalhadores presentes puderam contribuir com ideias e estratégias para ajudar na defesa da Petrobrás. As propostas foram anotadas e serão avaliadas nesta segunda-feira (13), durante reunião da diretoria da FNP.